Assim que as suas mãos geladas tocaram as minhas costas quase tremi. O fecho subiu bem lentamente sobre a minha pele sem me magoar. Ele tem jeito para isto.
“Estás bem melhor que naquele dia.” Elogia.
“Obrigada.” Sorri-lhe, levando o meu olhar depois para o espelho. Dei um último retoque no cabelo e pronto. “Feito.”
“Então vamos.” Ele finalmente disse e esticou-me o seu braço. Lá me agarrei a ele e fizemos o nosso caminho até ao baile ou seja lá o tipo de festa de hoje.
(...)
“Harry?” Ouvi uma voz feminina chamar atrás de nós. O Harry estava a tentar dar os bilhetes ao senhor da recepção. “Ó meu Harry.” A senhora abraçou o rapaz. “Ainda bem que vieste. Eu e o teu pai pensamos mesmo que não virias.”
“Julianne?” A irmã do lutador aproximou-se. “Tu pareces uma princesa.”
“Oh, obrigado. Vocês é que parecem saidas de um conto de fadas.” Respondi-lhe.
“Fizeste muito bem em vir com ele.” Anne comenta. “Ele agora mal aparece.”
“Tenho os meus motivos, não achas?” Harry meteu-se.
“Ele está mais calmo hoje, Harry. Alem disso é um dia especial na vida dele, não achas?”
“Claro.” Olhei-as confusa.
“Hoje faz 100 anos que o nosso avô comprou a empresa que mais tarde viria a dar origem ao clube de box.” Gemma esclareceu. “Era meu avô paterno.” Acrescenta de modo a que eu percebesse tudo.
“Já percebi porquê que dizias ser importante.” Sussurrei para Harry que apenas elevou os ombros.
“Entrem! Espero que se divirtam.” Anne sorria. Sim, ela estava deslumbrante e a filha igualmente.
O salão estava ricamente decorado. As cortinas vermelhas era compridas e o luxo estravazava do local e nas pessoas. Montes de gente bem vestida a conversar. Os músicos, que se encontravam em cima do palco, criavam um ambiente calmo e requintado. Tudo aqui mostrava que todos eles tinham posses em contraste comigo.
“Calma, isto só assim na recepção. Eles também sabem que música boa e copos são bons.” Harry sussurrou ao meu ouvido enquanto entravamos de braço dado. Demos uma volta pelo salão enquanto apreciavamos a festa. “Importas-te de ficar aqui um momento?” Ele sussurra-me ao ouvido.
“Claro que não.” Respondi no mesmo tom.
“Não demoro mesmo nada. Tenho só de ir confirmar uma coisa com o rapaz do som. Fiquei responsável pela segunda parte.” Eu assenti e ele beijou a minha mão. “Volto em poucos minutos. Não fales com gente estranha. Só querem sacar informação e assim. Não merecem a tua confiança.” Ele murmurou antes de se afastar.
Ok, agora fiquei aqui plantada junto à mesa das bebidas enquanto ele foi não sei onde. Assim que a porta de fechou, a mãe do Harry e a sua irmã desceram as escadas para o salão e começaram a circular. É sinal que a primeira parte, isto é, receção finalmente chegou ao fim.
“Olá.” Ouvi uma voz do meu lado. Começou a dar música no salão. Nem sequer olhei para o lado. Estava preocupada em escolher a bebida para mim e para o Harry. “Sou o Jason.” Desta vez olhei para ele. Assim que a minha cara se virou, pude ver o espanto dele. “Como é que te chamas?” Ele pergunta.
“Julianne.” Murmurei ainda admirando a sua beleza. Ele era um autentico deus grego. O seu rosto aparentava ser aproximadamente da minha idade e vestia-se com um fato bastante desportivo. O seu sorriso era sedutor. Eu sei o joguinho que ele está a fazer. Desde o rapaz da mota que não confio em mais nenhum rapaz. Vá, só o Harry. Mas ele é meu amigo e tem-me ajudado. Bem, acho que confio nos meus amigos e família. Ok, tenho de parar com este pensamento estúpido que ele está olhar-me de cima a baixo e começo a ficar incomodada.
“Tens um nome lindo! Combina contigo, princesa!” Ele aproximou-se mais um pouco.
“Obrigado.” Sorri-lhe.
“Se me sorrires assim de novo, acho que te levo para dançar.”
“Não estou com muita vontade hoje, obrigado.”
“Queres que te ajude a escolher uma bebida?” Ele perguntou segurando a minha mão. “Já alguém te disse que tens a pele muito macia?” Depositou um beijo demorado nela. Ok, estou a ficar com nojo. Será que se lhe vomitar em cima ele desiste? “Não pareces do tipo tímido. Podes falar comigo.” Ele aproximou-se mais um pouco. Não estou a gostar nada! “Se quiseres faço-te companhia.” Ele ofereceu mas logo senti alguém do meu lado oposto.
“Eu já lhe faço companhia suficiente.” Harry disse bem roucamente.
“Olá Harry.” Ele continuava a segurar a minha mão. “Vais-me dizer que abandonas uma rapariga tão linda aqui pelo salão? Que pecado!”
“Tu não perdes uma oportunidade para te meteres com as raparigas bonitas.” Harry resmunga e tira a minha mão da do rapaz.
“Fala o player da zona.”
“Somos do mesmo calibre, lembras-te?” Harry estava a ser sarcástico e isso não me estava a agradar. Não o quero violento agora.
“Sim, também sou lutador de box.” O rapaz sorriu de lado. “Sabias, Julianne?”
“Sinceramente, não gosto muito de box.” Disse-lhe encolhendo os ombros.
“Nenhuma rapariga resiste ao corpo defenido de um boxer.”
“Hey, eu vivo com ele e estou bem.” Disse apontando para o harry. Este sorriu.
“Já a meteste em tua casa?” James questiona chocado.
“Eu vou pedir-te que saias.” Harry simplesmente diz.
“Tudo bem, vou indo.” O rapaz suspira e pisca-me o olho de seguida antes de se retirar com o seu copo na mão.
“Tu és um íman de rapazes ou quê?” Harry meio que resmunga.
“Charme natural.” Brinco e ele acaba por sorrir. “Acho que devias relaxar.”
“Ele ia dar-te a volta.”
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The Girl behind the Mask ✗
Teen FictionEscolhas. Talvez a coisa mais dura que fazemos na nossa vida. Eu fui uma escolha dos meus pais, e isso demonstra quanta responsabilidade cai sobre os ombros de quem escolhe. Estaria aqui a tentar explicar o porquê das escolhas serem tão duras, mas s...