Voltar ao primeiro amor, as primeiras obras. O primeiro brilho no olhar, sabendo que o mundo oferece tudo que aos nossos olhos parece o melhor. Mas é tudo momentâneo, passageiro. Ilusão, que com o tempo descobrirá que a verdadeira alegria vem de Deus, que quer sempre o melhor para nós.
— Cheguei! — Anunciei ao abrir a porta de casa.
— Uma hora? — Luana encara o relógio na parede. — Pontual.
— Sempre!
— Sempre que se fala de comida você quis dizer? — Como minha vó me conhece bem.
— Vocês entenderam. — Lavo as mãos. — Vó, podemos ir ao cinema hoje? — Me sento à mesa.
— Nove horas quero você em casa.
— O quê? — Dizemos Luana e eu juntas.
— Achava que só velho tinha problema de audição.
— Vó, não muda de assunto. Vamos ao shopping, assistir um filme. Para chegarmos cedo vamos ter que sair bem cedo. A senhora nunca colocou horário antes.
— Isso porque era sempre perto ou durante o dia. Nunca para sair a noite só vocês.
— Mas alguns meninos vão! Não vão? — Luana me perguntou e concordei.
— Isso ou nada feito. Seu pai me ligou e passou algumas recomendações. E então?
— Meu pai ligou?
— Calma filha, ele anda trabalhando muito. Prometeu ligar de novo.
— Está tudo bem.
— No máximo nove e meia. — Ela nos adverte.
Subimos para o meu quarto depois de almoçar e me joguei na cama. Ouvir dizer que meu pai ligou me fez estremecer.
Estou com saudade, muita. Gosto de ter a segurança e o amor que sempre veio dele. Mas me faz recordar que essa não é a minha vida, na verdade tudo vai acabar. A igreja, os passeios, os amigos...
— O Miguel.
— Quê?
— Perguntei se o Miguel vai. O que foi? Parece que nem esta aqui. — Luana revira sua mala.
— Ele vai. Vou mandar mensagem agora para Helena e avisar a nossa troca de horário. — Pego meu celular e começo a digitar. — O que está procurando?
— Uma roupa que ainda não tenha usado. — Ela bufa. — A vida fora daqueles muros são um pouco agitadas, preciso de roupas novas.
— Talvez... — Helena me responde. — Saímos as seis. Com ou sem você. — Digo a Luana que me olha espantada.
— Mas já são três horas! Ainda não decidi minha roupa. Não sei se dá tempo.
Quanto drama. Isso porque sempre se arruma como se fosse para um desfile de moda.
— Faça dar!
Minha tarde se torna longa quando cochilo por diversas vezes enquanto ajudo Luana escolher entre diversas roupas. Depois sapatos, brincos, penteados, nem sabia que uma mala tamanho médio caberia tanta coisa. Minha amiga pretende passar quanto tempo aqui? Será semanas? Ou meses?
— Menos de trinta!
— Quê?
— Você tem menos de trinta minutos para tomar banho e se vestir, ou não vai dar tempo de se maquiar.
— Nada de maquiagem. Nem começa.
— Vai sim, só o básico. Posso escolher sua roupa? — Ela pergunta em frente ao espelho enquanto escova os cabelos úmidos.

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Arianne
Espiritual(ROMANCE CRISTÃO) Uma jovem cristã apaixonada por Deus e pela música, tem seus planos de férias alterados e se depara com algumas situações em que seu jeito explosivo a coloca em situações complicadas... O que sempre acontece quando as suas convicç...