Capítulo 18.

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Chego em casa e vou direto para a cozinha pegar água. Entro no quarto da minha vó e lá esta ela falando e falando com o Miguel sobre a novela, e ele muito educado ouvido tudo com cara de quem não está entendendo absolutamente nada.

— Cheguei! — Entro no quarto, rindo. — Vó, toma esses remédios, eu vou lá colocar sua comida.

— Bom, eu vou embora. — Miguel se põe de pé. — Irmã Corina foi um prazer conversar com a senhora. Eu desejo melhoras, estarei... pedindo orações pela sua saúde.

— Se você quiser pode ficar pra jantar.

— Obrigado, mas não quero incomodar. — Ele arruma a postura. — Então é melhor eu ir.

— Eu te relevo até...

— Arianne a onde eu errei na sua criação? — Minha vó me interrompeu. — Ele vai jantar sim, é o mínimo que eu podemos fazer.

— Já que a senhora insisti. — Miguel me olha prendendo o riso. — Eu fico irmã Corina, não farei disfeita.

Coloco a comida para a minha vó, levo para ela no quarto. Miguel e eu decidimos jantar na sala enquanto assistimos televisão - melhor do que novela.

— Deixa eu ver o que está passando de bom. — pego o controle remoto.

— Vê se está passando algum filme de terror ou ação.

— Tá bom.

Assistir filme com o Miguel não é o problema, muito pelo contrário. Helena as vezes prefere fazer alguma outra coisa para não ter que perder na disputa pela escolha do filme, já que Miguel e eu gostamos de filmes em comum, quase todos.

— Eu não acredito! — Minha voz saiu um pouco mais alta do que previa.

— O que foi? — Miguel perguntou assustado.

— Está passando Enrolados e depois vai passar Frozen. Na sequência! Da para acreditar?

— Sério? Você vai mesmo assistir isso? Está brincado, não é?

— Eu amo animações, eu adoro essa música... "Mais uma vez o dia está começando...".

— Cara, a onde foi que eu errei na sua criação?

— Cala a boca, eu já perdi uns minutos do filme.

— Me assusta ver uma pessoa como você gostar desse tipo de filme.

— Como assim "uma pessoa como você"? — agora me assustou.

— Assim... metida a intelectual, durona com ar de roqueira, marrenta. São animações infantis. — Miguel aponta para a tela.

— Qual é o preconceito? É um crime eu gostar de desenho? Posso ser fofa se eu quiser.

— Deveria ser um crime, sem chance de você conseguir ser fofa de forma alguma.

— Não duvide de mim, posso te surpreender. Que história é essa de "a onde foi que eu errei na sua criação?" minha vó diz isso. — disse em disparada e Miguel começou a rir.

Arianne Onde histórias criam vida. Descubra agora