Epílogo.

421 50 18
                                    

Miguel

— Querida, cheguei! — Abro a porta de casa. O cheiro me leva direto para a cozinha aonde encontro Anne a beira do fogão, perdida entre as panelas. Ela não me vê chegar e beijo o seu rosto de surpresa.

— Miguel, estou toda suja. — Ela me mostra o avental sujo, mas não me importo. Lhe beijo e ela sorrir. — Sujou todo o terno!

— Mas ganhei meu beijo! — Pisco para ela que fica levemente corada, torço todos os dias para nunca perca sua timidez. — Aonde está...

— Papai! — Mariane me interrompe. Ela surge coberta de lama seguida pelo floquinho, tão sujo quanto ela. — Você chegou, me dá um abraço?

— Claro minha princesa! — Abro os braços para ela que corre até mim, a pego no colo para um abraço apertado que lhe faz rir. — Qual aventura viveu hoje?

— Eu estava plantando flores para a mamãe, lá no jardim. Floquinho até estava me ajudando! Ele cavou ou buracos e eu coloquei as flores. Precisa ver como ficou lindo!

Mariane abre os braços empolgada e pinga um pouco de lama no chão, mas esse é o menor dos problemas, tem pegadas de lama dela e do Floquinho por todo o piso da casa.

— Isso me lembra alguém. — Ri. — Anne, você faxina hoje?

— Sim. — Ela se vira para nos olhar e se espanta com o chão. — Eu não quero saber, podem limpar toda essa bagunça. Os coloco os dois de castigo!

— Os dois? — Perguntei.

— Quem foi que ensinou ela a plantar?

— Anne, o que é essa fumaça? — Ela olha rápido para as panelas. — Vamos princesa corre!

Corro com a Mariane e o Floquinho para o jardim e encontro uma verdadeira bagunça. Tem flores plantadas por todo o gramado, os buracos foram cavados aleatoriamente e parte da terra não voltou para onde deveria. Vai ser uma bela história para o próximo almoço de família.

Ajudo a pequena a limpar todo o piso  primeiro, a casa é sempre por onde começamos a arrumar a bagunça. Como no outro dia que ela inventou de ser artista, passamos quase a noite toda para limpar a tinta do piso e quando a família chegou para o jantar tínhamos tinta por todo o corpo. Mas a Arianne disse que a casa estava limpa, então estava tudo bem.

— Fecha a porta e vamos dar banho no Floquinho. — Mariana concorda e obedeçe. Pego a mangueira e o sabão. E posso afirmar que tirar lama é bem mais fácil que tirar tinta. — Pronto!

— Posso levar ele para a casinha dele?

— Pode sim, vai lá enquanto guardo essas coisas. — Entrego a coleira do Floquinho para a Mariane, mas antes de sair o cachorro se balança todo nos molhando. Mariane começa a rir e deixa a corrente escapar de suas mãos. — Pega ele!

— Papai, a porta está aberta! — Ela grita.

— Vamos, atrás dele!

Corremos de volta para dentro de casa e achamos Floquinho brincando de rolar no chão da sala, o piso agora todo molhado.

— Desculpa papai. — Mariane abaixa a cabeça. — Acho que não fechei a porta direito.

— Vamos lá, vou prender ele na casinha e você pega panos secos para a gente limpar a sala.

— Tudo de novo! — Ela rir. Ainda consegue achar toda a bagunça bem divertida.

Terminamos com a sala e vamos direto para o banheiro. Ajudo ela com o banho, depois ela se senta na cama para pentear seu cabelo.

Arianne Onde histórias criam vida. Descubra agora