Capítulo 20.

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— Oie Miguel! — O cumprimentei em meio aos risos.

Cócegas sempre será meu ponto fraco.

— Oi Miguel! — Guilherme também o cumprimentou, mas só o que ganhamos foi o seu silêncio e seu olhar reprovador.

Ele não parece bem, mas não dá para arrancar fácil dele o que aconteceu. Ele está sempre com a guarda armada, talvez consiga conversar com ele sem o Guilherme por perto.

Saída prática...

— Gui, você pode comprar refrigerante pra gente? — Perguntei.

— Posso sim, eu já volto. — Ele sai, parece entender.

— Obrigada! — Espero ele sair da cozinha para me direcionar ao Miguel. — O que você tem?

Perguntei para a estátua na minha frente, me encarando. Será que ele se meteu em alguma encrenca e não sabe como contar? Pela cara dele algo realmente o incomoda.

— Eu não tenho nada.

— Miguel, sou eu. Pode falar. Somos amigos, ou não somos?

— Não sei, acho que você prefere o Gui! — Ele diz, por fim.

A estátua tem coração, e sentimentos! Ele esta com ciúmes da minha amizade com o Guilherme. Ele se sente realmente ameaçado? Eu tenho espaço para vários amigos. Ele tem que entender isso.

— Acho que um bichinho verde picou alguém! — Sorri.

— Quem?

— Eu... Claro que é você né! — O indico. — Miguel, o Guilherme é seu amigo. Você nem se quer falou com ele, tem certeza que esta tudo bem?

— Sua vó me ligou falando que você havia sumido. — ele desvia a conversa. — Vim ver se você esta bem, o que aconteceu?

— Vou ignorar o fato de que você esta mudando totalmente o rumo do assunto para não me responder. — Cruzo os braços. — Eu só fui dar uma volta para pensar, minha vó é muito dramática.

— Sério? — disse cruzando os braços. — Onde você estava?

Comecei a ver o Miguel de sempre voltar. A sua pose de quem sempre estava com tudo sobre controle... Com seu sorriso lindamente sarcástico no rosto!

— Eu... Não sei! — Sussurrei.

— Como assim você não sabe? — Ele bradou espantado.

— Eu meio que me perdi e o Guilherme me encontro. — digo de uma vez.

— Como o Guilherme te achou? Por que... Por que você não me ligou? — Ele coça a nuca.

— Aí Miguel... Eu estava falando com o meu pai no telefone e a gente meio que discutiu. Eu não queria falar com ninguém, eu sai andando e me perdi.

— Hum. — É tudo o que ele diz.

— O que foi?

— Nada, eu só achei meio estranho. Justamente o Guilherme? — Ele respira fundo.

— Como assim mundo? Nada haver! Se ele não tivesse aparecido eu ainda estaria perdida. — suspiro. — Não foi nada pensado. — O encaro, de novo a pose de sério. — Miguel o que você tem?

— Nada só estou com um pouco de dor de cabeça.

— Você quer um remédio?

— Não precisa. Eu já vou indo. — Ele deposita as mãos nos bolsos. — Só vim ver como estava, não quero atrapalhar.

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