— A casa nova? — Me sento no sofá com Helena e Luana. — Quero saber quando vai me convidar para um almoço dona Luana!
— Vai ter que me convidar também! — Helena protestou.
— Vou convidar, assim que conseguir me livrar de todas as caixas! — Rimos. — Não sabem como estou feliz, agora morando bem pertinho. Sabem como estou amando? Venho te visitar todos os dias. Vamos fazer brigadeiro, ver filmes e conversar o dia todo.
— Quanto aos nossos trabalhos? — Juntei as sobrancelhas.
— Esqueci! — Luana nos faz rir. — Tem isso, podemos fazer tudo depois que chegar do trabalho. É, depois que arrumar a casa, fazer o jantar e deixar tudo arrumado para o dia seguinte! — Ela bebe um pouco de água enquanto a encaramos. — O que foi? Por que estão me olhando assim?
— Faz a vida de casada parecer um desastre!
— Não. Só que agora temos muitas obrigações! — Ela rir. — Sabe quando a mãe dizia... Quando for a sua casa, você vai entender o que estou falando! Sim, ela estava certa. Amo minha vida de casada e não trocaria por nada, mas que dá trabalho dá.
— Não imagino a Arianne que ainda tem dois cachorros para ajudar na bagunça. — Helena concordou com Luana.
— São meus amores! — Os defendo. — Não fazem tanta bagunça. E como trabalhamos Miguel e eu, a casa quase não fica bagunçada.
— Que sorte! Mas quem faz bagunça na minha casa sou eu. — Luana admite. — Chego cansada e tudo vai ficando pelo caminho até o sofá. Casaco, chaves, bolsa, relógio e não tem nada melhor do que me livrar dos sapatos! — Rimos. — Rafael é muito mais organizado.
— Tenho pena dele! — Digo e vejo Luana fazer cara de ofendida. — Não me olhe assim. Lembro que no colégio sempre nos davam broncas pela bagunça do quarto, mal sabiam que toda a bagunça vinha de você!
— Você é a melhor amiga de quarto do mundo. Quem mais levaria bronca sem ter feito nada? — Luana brinca. — Levo broncas pela bagunça desde que era criança. Meu pai me fazia arrumar todo o quarto antes de ganhar um brinquedo novo, obedecia sem nem pensar duas vezes. Mas quando ganhava o brinquedo a bagunça dobrava. — Rimos. — Ainda canta antes de dormir?
— Você canta antes de dormir? — Helena me encara sorridente. — Como era isso?
— Quando pequena minha vó ficou muito doente e costumava cantar para ela dormir, ela dizia que era o seu remédio. E eu queria que ela ficasse boa o mais depressa possível, então cantava o dia todo! — Me lembro de como ela sorria ao me ver entrar no quarto, um sorriso me toma o rosto. — Com o tempo ela ficou melhor, mas me acostumei a cantar. Ao menos uma frase antes de pegar no sono.
— As vezes me embalava o sono, as vezes me dava esperança, as vezes me fazia chorar, as vezes me trazia recordações e as vezes me fazia sonhar. — Luana suspirou. — Cada dia uma surpresa, uma emoção causada pela Anne.
— Quem mais aguentaria uma amiga de quarto que cantava todas as noites?
Rimos.
— Deve ter sido legal, todos os anos no colégio. — Helena diz. — Agora vocês são grandes amigas, conhecem bem uma a outra, estão sempre disposta uma a ajudar a outra. A amizade de vocês é bonita!
— Acredite, todos aqueles anos não foram tão legais. Sobreviver era a única solução, mas tivemos uma a outra para os piores e melhores momentos. — Luana disse e concordei. — Lembra quando meus pais pensaram em se separar? Eu chorava todas as noites. — Ela sorrir com a lembrança. Se na época eu falasse que um dia ela iria rir disso, iria me mandar sumir da frente dela. Como o tempo muda as pessoas e seu jeito de olhar as coisas. — Pensei que meu mundo fosse acabar, aí a Arianne chegou dizendo que em problemas de adultos não podíamos nos meter, mas conhecíamos alguém que podia. Então passamos a orar juntas todas as noites!
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Arianne
Espiritual(ROMANCE CRISTÃO) Uma jovem cristã apaixonada por Deus e pela música, tem seus planos de férias alterados e se depara com algumas situações em que seu jeito explosivo a coloca em situações complicadas... O que sempre acontece quando as suas convicç...