Capítulo 02.

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Flashback
(no mesmo dia pela manhã):


- Tchau Lu! - Abraçei minha amiga.

- Eu não quero dizer tchau! - Luana me aperta no abraço.

- Mas eu preciso respirar! - Uso meu último fôlego para pedir clemência.

- Desculpa! - Ela disse, me soltando. - Acho que vou morrer de saudade!

- São apenas férias! Nós nos veremos logo, na faculdade.

- Tudo bem! Mas vamos sair juntas antes, não é? - Ela dá alguns pulinhos animada. - Podemos ir ao shopping, ou ao cinema... Podemos programar alguns passeios!

Reviro os olhos com seu total entusiasmo.

- Claro! Você me liga quando voltar de viagem?

- Então está bem! - ela me abraça mais uma vez quase tirando todo o meu ar, antes de se afastar. - Vou te trazer um presente! - Ela grita de porta do carro, depois acena.

Pego minha mochila e entro no ônibus. Sento em qualquer lugar, e enquanto a música toca em meu fone de ouvido, olho as ruas passando do lado de fora da janela.

Estou morrendo de saudades do meu pai! Como esse foi nosso último bimestre, ficamos no colégio o mês inteiro. Ao invés de passar os finais de semana com o meu pai em casa, eu estava estudando, fazendo simulados, apresentações, encerramento de módulos, finalizações de trabalhos e tudo mais que fosse necessário para tirar boas notas e conseguir uma boa faculdade. O objetivo do colégio é que os alunos terminem o ensino médio, já dentro de uma faculdade. Agora estou voltando para casa definitivamente, com minha vaga conquistada na faculdade.

Agora apenas descanso!

Todo esse tempo longe me deixou com saudades do meu pai, da minha cama, do meu quarto, da minha privacidade e também do Azul, aquela bola de pelos consegue ocupar um espaço bem grande em minha vida.

- Boa tarde filha! - Meu pai me sorriu assim que eu abri a porta. Ele veio direto ao meu encontro para me dar um abraço apertado.

- Boa tarde! Benção? - Lhe beijo o rosto. - Oi Azul! - Jogo minha mochila no chão para pegar meu cachorro no colo. - Estava com saudades de você também!

- Deus te abençoe. - Meu pai sorrir. - Está animada?

- Claro, férias! - Bradei animada. - Três meses para eu fazer o que eu quiser. Tem coisa melhor do que isso? O doce som da li-ber-da-de.

- Então... Nós precisamos conversar. - Meu pai soltou o ar devagar pela boca.

- O que aconteceu? - Me sento no sofá.

- Eu vou ter que viajar. - Ele diz sem rodeios.

- Oi? - Azul começa a latir e o solto no chão para correr pela casa. - Mas eu acabei de chegar! Quando? Pra onde? Quando volta? E eu?

- Calma! Respira! - Ele sorrir e se senta ao meu lado. - Precisam que eu viaje para resolver algumas coisas. É uma viajem de emergência, me ligaram hoje mais cedo.

- E para onde você vai?

- Vou para Buenos Aires.

Arianne Onde histórias criam vida. Descubra agora