Capítulo 39.

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Quando bato na porta da casa do Miguel sinto minhas mãos suarem. Já jantei com os pais dele antes, mas não com meu pai junto. Ele sempre fica sério como nunca vi antes, quando o assunto é o Miguel. Por diversas vezes  Miguel tenta justificar o fato de ser menina e filha única, mas acho que não passa de uma grande implicância.

Miguel abre a porta com um sorriso amarelo, está nervoso assim como eu. O restante de sua família está na sala e nos recebe muito felizes. Em poucos minutos os assuntos em comum surgem e então são conversas para todos os lados.

— O jantar está pronto! — Helena anuncia.

Nos sentamos à mesa e depois da oração nós nos servimos. Diferente do clima de nervoso que eu imaginei que estaria, todos parecem bem a vontade com toda a situação. Como uma grande família!

— O jantar estava maravilhoso! — Minha vó os elogia.

— Obrigada! — Dona Marcia lhe sorriu em gratidão.

— Está gostando de morar aqui novamente? — Pastor Ricardo perguntou ao meu pai.

— Gosto da tranquilidade desse bairro. — Meu pai relaxa a postura. — Só complica um pouco meu trabalho, por causa da distância. As vezes chego tarde, mas estão querendo abrir novas filiais da empresa e se Deus quiser e assim permitir, breve estarei trabalhando perto de casa.

— Amém. — Pastor Ricardo indica a sala. — Aceita uma xícara de café?

— Aceito, obrigado!

Deixamos eles conversando e vamos para a varanda na frente da casa, Miguel e eu, aonde nos sentamos. A noite está fria e o vento faz meu nariz ficar gelado.

— Quer um casaco emprestado? — Miguel me sorrir.

— Não precisa.

— Acabei de  me lembrar, nunca me devolveu o casaco que te emprestei no dia do cinema.

— Eu sei. — Esfrego minhas mãos para me aquecer. — Está comigo.

— É assim? Não deveria me devolver?

— Não. Gosto de ter algo seu comigo.
— confesso e ele sorrir.

É completamente apaixonado, gosta de pequenos detalhes e sempre quer me fazer sorrir. Quando consigo fazer o mesmo por ele me sinto mais feliz do que nunca.

— Assim me apaixono! — Miguel diz todo derretido.

— Já lhe disse que sou comprometida. E amo meu namorado!

— Ama? — Ele repete.

— Como não amar? Ele é lindo, servo de Deus.

— Nossa, você é uma menina de sorte mesmo! — Rimos e ele coloca seu braço sobre mim para me aquecer. — Fico feliz que eles se deram bem. Sei que se conhecem desde sempre, mas agora é diferente. É importante que sejamos uma única família!

— Ouvir você falar assim me faz pensar no futuro.

— Mas é exatamente isso que quero, um futuro com você. — Ele beija minha testa. — Eu vou chegar em casa depois do trabalho e gritar "Querida cheguei!" Você vai estar na cozinha fazendo o jantar, o cheiro vai me levar direto até você. Vai estar linda mesmo com a roupa suja com molho do espaguete. Vai dizer que está suja mais vou te dar um beijo mesmo assim. Depois vamos levar um susto quando o Junior entrar em casa correndo atrás do cachorro que vai sujar tudo de lama. Vamos rir da cena, e depois que o Junior limpar tudo vamos ter um lindo jantar em família.

— Então, temos que conversar sobre isso... — Me afasto um pouco para olhar em seus olhos.

— Tem razão. Prefiro uma menina, vai ser linda como a mãe. — Ele me sorrir.

Arianne Onde histórias criam vida. Descubra agora