Capítulo 21.

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Encaro o relógio na parede. Ou saímos agora, ou vamos chegar muito atrasadas e até mesmo nos desencontrar do pessoal.

— Vamos Luana, já estamos atrasadas! — Gritei.

— Já tô indo. — Ela gritou de volta.

— Luana vou contar até dez, se você não estiver aqui quando acabar, eu vou ir sem você. Um, dois, três, quatro, oito, nove... — começo a rir, com a cena da minha amiga descendo a escada desesperada enquanto veste uma jaqueta e amarra o tênis.

Me permito gargalhar com minha imaginação reproduzindo a possível queda dela pela escada.

— Isso não é justo! Você pulou do número quatro para o número oito. — Ela termina de fechar os botões da jaqueta.

— Eu estou te esperando a meia hora. Você demora muito! — pego minha bíblia. — Nós vamos para um evangelismo, e não um desfile de moda.

Quase lhe arrasto pelas ruas para conseguirmos chegar na porta da igreja a tempo. Encontramos todos os jovens reunidos prontos para saírem.

— A paz do Senhor. — cumprimentei a todos.

— Nossa, vocês demoraram. — Guilherme comentou.

— Culpa da Luana. — Lhe aponto.

— Nem demorei tanto assim.

— Chega de papo e vamos logo. — Helena bate palma para chamar atenção de todos.

Após algumas palavras do pastor, alguns aconselhamentos apenas para acrescentar o que aprendemos na escola bíblica, saímos em prol da obra. Começamos a caminhar pelas ruas movimentadas. Seguimos proclamando o nome de Jesus em toda a parte. Entregamos muitos folhetos, falamos de Jesus, fazemos algumas orações. E sinto meu coração dar pulos todas as vezes que alguém pega o folheto de bom grado.

Sabemos que muitas pessoas pegam o folheto e depois jogam fora, e algumas rejeitam sem nem mesmo ler. Mas quando alguém recebe o folheto com um sorriso no rosto, um fio enorme de esperança e fé cresce. Por mais que a pessoa não aceite Jesus no momento em que falamos do quão grande Ele é, uma semente foi plantada. Debaixo de muita oração, e o Espirito Santo venha regar, um dia essa semente pela fé pode vim a florescer.

— O evangelismo é muito importante. Os jovens tiveram uma semana diferente. Oração e muito jejum, para estarem aqui. Eles estão gostando. — Miguel comentou.

— As vezes temos que ir além. Essa é a nossa missão! Primeiro buscamos nossa salvação. Depois temos que pregar o evangelho para todos. — Vejo uma jovem sentada sozinha em um banco da praça. Ela não busca ninguém com o olhar. Não deve estar esperando ninguém. Não que ela pense. — As vezes somos instrumentos, para falar de Deus para pessoas que sozinhas não tem forças.

Caminho em direção a menina. Ela ergue os olhos um pouco surpresa ao me ver chegar.

— Jesus te ama. — lhe entregando um folheto.

— Me ama. — Ela suspira.

— Você não crê em Jesus?

— Como vou crer? Nem tenho certeza de que Ele existe.

— Você já deixou? Espera. Se eu pegasse um limão e dissesse que é uma laranja, o que me diria para provar o contrário?

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