Capítulo 26.

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— Topa participar do mutirão? — Guilherme surge na minha frente. — Vamos dar uma faxina no templo.

— Claro! Quando vai ser?

— Amanhã. Depois do almoço. Para o culto dos jovens a noite. Você também Luana, topa?

— Não vou poder. Vou estar arrumando minhas malas para voltar para casa. — Luana faz beicinho. — Já perdi a conta de quantas vezes comecei e até agora nada. Queria ficar mais tempo.

— Também queria que ficasse mais tempo. — Helena a abraça. — Guilherme. Podíamos aproveitar para passar a música para o culto, durante o mutirão.

— Por mim tudo bem. Temos que avisar os outros instrumentistas, não sei se todos vão para o mutirão.      

— Posso ver isso.

— E você Anne, vai cantar? — Guilherme passa o braço por cima do meu ombro.

— Cantar? — retiro seu braço do meu ombro. — Começo a tremer só de pensar. Você sabe que sou tímida a um nível meio estremo.

— Não sei onde se esconde a minha amiga marrenta nessas horas. — Ele exibe um sorriso divertido.

— No último banco. Adorando a Deus. Que é lindo!

— E te deu um dom muito lindo. — Ele me encara. — Hora de começar a usar senhorita.

— Eu uso, mas as vezes minha vó me manda ficar quieta. — Rimos. — Promete que não vai fazer nada?

— Estraga prazeres. Prometo.

— Bom menino.

Nos despedimos na esquina e cada um segue seu rumo. Minha vó está batendo uma massa quando entramos em casa, ela nos sorri e depois vem até a sala. Olha feio para o azul e se senta ao lado da bola de pelos. Com o pote nas mãos.

— Perdendo o lugar para o Azul de novo dona Corina? — Luana rir.

— Arianne não educa o cachorro e depois minha roupa fica com pelos.

— Ele é bem educado. O que eu posso fazer se vocês dois gostam do mesmo lugar no sofá? —  Acaricio minha bola de pelos que dá pequenos saltos no sofá.

— Me ajuda com a minha mala? — Luana faz cara de pidona, como uma crianca pedindo ajuda para fazer a tarefa que não gosta. — Preciso de um incentivo para começar.

— Tudo bem... — O barulho de chuva começa. Vem de longe e logo enche os meus ouvidos. — ou podemos fazer isso mais tarde. — sorrimos.

— Mais tarde é a melhor opção. — Luana concordou comigo.

Abro a porta de casa e corremos para o jardim.

O melhor banho de todos, de chuva. Sem raios ou trovões. Apenas a chuva passageira que cai sobre nossas cabeças enquanto brincamos feito crianças no jardim. Alegria de criança, quando a chuva que cai do lado de fora é o suficiente para a imaginação flutuar e o dia se tornar eterno.  

— Vó! Pega toalhas para a gente? — Paramos em frente a porta depois que a chuva ficou fraca. Minha vó sorrir e vai em direção ao quarto.

— Que cheiro bom!

— Bolinhos de chuva. Vão se trocar, aproveitem que estão quente. — Sorrimos.

Secamos o máximo que conseguimos antes de seguir para o quarto. Quando voltamos para sala o Sol já surge novamente. Abrimos a janela para o vento entrar para tirar um pouco do calor.

— Anne, por que não aproveita o sol para dar um banho no Azul? Vou fazer um bolo. Cenoura? — Minha vó não resiste em me encher de comida e não posso dizer não para isso. Mal acabei de comer os bolinhos de chuva e já estou sonhando com o bolo de cenoura, talvez com cobertura.

Arianne Onde histórias criam vida. Descubra agora