Capítulo 15.

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Acordar em uma linda manhã é saber que mais um dia Deus tem nos permitido, que Ele nos deu uma vida abençoada e que à todo momento cuida de nós. É respirar fundo, agradecer por tudo e nos permitir viver o lindo dia que Deus bordou para nós...

— Bom dia vó! — desço as escadas e lhe beijo a testa.

— Bom dia! Comprei morangos para você. Estão na fruteira em cima da mesa.

Vou direto de encontro a mesa, pego um morango, depois outro e outro.

— Não! Não! Não!

— O que foi? Está tudo bem?

— Não. — respondi com a boca cheia de morango. — Eu estava de jejum!

— Desculpas. — disse rindo.

Me largo na cama com os fones no ouvido e fico ouvindo algumas músicas. Sempre falo com Deus quando ouço músicas. São orações e adorações cheias de melodias.

— Jovens e suas tecnologias! — gritou minha vó passando em frente ao meu quarto.

— Arrumar alguma coisa para fazer! — disse me sentando na cama e tirando os fones. — Na época dela não tinha celular. Sem celular, internet, fones... Já sei!

Desço as escadas e minha vó está sentada no sofá assistindo a novela enquanto passa algumas peças de roupa.

— Vó, vou dar um passeio com o Azul!

— Tome cuidado!

Peguei o azul, coloquei a corrente presa na colheira. Peguei meu skate e sai de casa. Andei de skate enquanto o Azul corria ao meu lado conhecendo as ruas. Passeamos por algumas ruas até ele se cansar, depois me sentei na calçada para ele poder descansar.

Depois ele começou a querer correr e eu me levantei e comecei a remar ao seu lado. Entramos na rua de casa e o Azul começou a ganhar velocidade.

— Azul, chega! Azul, para! Azul...

Ele reconheceu a casa da minha vó e entrou com tudo, tentei parar mais não consegui, continuei correndo tentando parar o Azul, mas o skate ficou no meio do quintal. Ele entrou direto na sala e eu fui tentando frear meus pés, quando passamos pela porta a corrente se soltou da minha mão e ele continuou. Eu esbarrei na minha vó que caiu no chão junto comigo e derrubou todos os pratos que ela estava segurando nas mãos.

Fiquei com os olhos fechados esperando o som dos pratos que caiam acabar.

Assim que o barulho parou abri meus olhos devagar e minha vó estava parada na minha frente, ainda no chão com os braços cruzados. Seus olhos analisavam cada centímetro do meu corpo. Talvez a procura de machucados ou do porquê eu ter entrado em casa como um trem desgovernado, passando por cima de tudo.

— Você está bem? — Minha vó usou o braço do sofá como apoio para se levantar. — Se machucou.

— Eu estou bem!

— Não, você está com pequeno corte na testa! — Ela se alarma.

Coloco a mão na testa e sinto algo molhado, levo a mão a altura dos meus olhos e vejo os meus dedos com sangue.

— Ai, meu, Deus!

— Calma que está pequeno. Se sente no sofá. — Minha vó ordenou enquanto foi em direção ao seu quarto.

— O que você fez Arianne? — Perguntei a mim mesma, me sentando no sofá.

— Também quero saber. — Dona Corina retornou a sala com uma pequena maleta branca em mãos. — O que você estava fazendo?

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