Capítulo 34.

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Tem sempre um milhão de pensamentos passando em minha cabeça. Coisas diferentes que me fazem estar o tempo todo imaginando, criando, e sentindo coisas diferentes. Mas parece que todas se silenciaram, e as palavras do Miguel dizendo que estava apaixonado por mim ganharam espaço para ecoar para sempre.

Confesso que ouvir a palavra apaixonado sair da boca do Miguel fez meu coração disparar, nunca senti tantas borboletas na barriga como naquele momento. Quando nos libertamos de todas as palavras presas senti um alívio. Sensação maravilhosa, nunca mais quero sentir ao parecido de novo. Gosto de não ter filtro entre o cérebro e a boca, fica mais fácil.

Dentre todos os pensamentos, me veio sobre namoro. Foi apenas um beijo, mas o Miguel sabe que não sou assim. Entre beijos e só. Antes de tudo tenho um compromisso com o meu Pai, que está no céu. Ele vem antes de tudo, tem que haver um propósito. Não há declarações que sustentem relacionamentos, isso é feito com palavra, orações e propósitos. Tudo debaixo da permissão de Deus. E vai ter que ser assim, ou nada. Antes de qualquer coisa nunca quero desagradar ao meu Pai do céu.

— Arianne! — Minha vó grita.

Azul já está quase seco, depois do banho. Enrolo ele em sua toalha e desço com ele nos braços. Dona Corina está conversando com Miguel quando entro na cozinha. Azul começa a se sacudir em meu colo e o caminho é direto para o Miguel quando o coloco no chão.

— Oi?

— Miguel, veio lhe convidar para um passeio. Liguei para o seu pai, ele disse que tudo bem. Nada de chegar tarde em casa. Entendeu? Juízo. Deixa o celular com volume alto, qualquer coisa ligamos.

— Então... Acho que ja resolveram tudo! — Cruzei os braços. — O que estão tramando?

— Bom. Se não sair agora...

— Já estou indo. — Interrompi minha vó. Seja o que for que estiveram planejando, uma hora voz descobrir.

Concordo com a cabeça antes de ir até meu quarto me trocar, sorte ter tomado banho depois de dá banho no Azul. Beijo a testa da minha vó antes de sair de casa. Como um perfeito cavalheiro Miguel abre a porta do carro para mim e logo o carro esta em movimento.

— Quem disse que queria ir a um passeio com você? Chegou pedindo para minha vó, mas nem ao menos me perguntou.

— Já está aqui dentro, então acho que isso é um sim. — Miguel sorrir vitorioso.

— Não. Para o carro que eu vou descer. — Brinquei.

— Sinto muito, mas não pode. Vai ser levada ao desconhecido, e é melhor gostar. Se tentar fugir vou ser obrigado a prende-la. — Ele rir.

— Isso é um sequestro? Porque se for deveria ter me avisado, poderia ao menos fazer um kit de sobrevivência. Com comida e tudo mais. — Rimos. —Posso saber aonde vamos?

— Não. — o encaro. — O quê? Você perguntou se podia e respondi que não. Não pode, isso é uma surpresa.

— Era só dizer que era surpresa.

— Seria muito fácil, gosto quando fica irritada. — Ele explicou. — Como está na faculdade?

— Bem, é um mundo bem diferente. Mas estou gostando, gosto do desafio. Não vejo a hora de me formar.

— Vai com calma, começou agora. A jornada é grande, mas fico feliz que esteja gostando. Qualquer coisa é só falar.

— Como você está na faculdade?

— Bem. Mas um ano e me vejo trabalhando, não é te desanimado, mas não vejo a hora de terminar. — Ele solta o ar pela boca. — Estamos quase chegando, aposto que vai adorar a surpresa.

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