Capítulo 46

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Rodrigo

Eu decide por um ponto final. Já que ele não queria conversa, não queria mais nada comigo, eu deixaria livre. Não correrei mais atrás e nem abrirei minha boca pra falar com ele. Se é assim que ele quer, assim será.
Todos os dias que nós víamos, ele parecia alegre e parecia que eu era um desconhecido pra ele. Aquilo me doía muito, pois ainda o amava.  Mas também esnobava. Confesso que me dava um ódio vê-lo com aquele tal de Lucas que sempre ia buscá-lo no final do dia.

O último dia de aula havia chegado. Estávamos todos no pátio da escola, esperando o professor falar alguma coisa. Avistava Murilo ao seu lado, mexendo no notebook. Acho que ele mostraria seu trabalho, já que foi o único que não havia apresentado na aula anterior.

- Por favor. Faltou um trabalho para se entregue, e hoje vamos avaliar juntos esse trabalho, então atentos._ Disse Adailto.

A raiva que eu sentia dentro de mim, me deixava trêmulo ao ver aquele vídeo de merda que Murilo fez com aquele menino. Mas fiquei na minha, não mostraria alguma reação. Ao finalizar seu vídeo, Murilo foi aplaudido, e o mesmo apareceu na entrada do pátio também o aplaudido.
Ele foi até a frente, abraçou Murilo. A turma gritava por um beijo, aquilo era um verdadeiro circo de palhaçada. Para o meu ódio, beijaram. Pronto, foi o que precisava pra eu entrar na loucura. Sair correndo direto para meu carro. Cada murro no volante um palavrão. Eu estava fora do controle, nunca havia sentido aquilo antes.
Estava tão louco que nem pensei no que no ato que iria cometer. Peguei a arma que meu pai tinha dentro do carro para proteção. Sair do carro sem pensar. Entrei na escola, em choros e gritos, apontei e soltei o gatilho.
Meu Deus, eu soltei aquele gatilho. Eu estou realmente louco. Ver Murilo se jogando no chão para ajudá-lo me fez me sentir um monstro. Soltei a arma no chão e sair correndo para meu carro. Liguei e sair correndo, desesperado e dessa vez o ódio era de mim mesmo. Cheguei em casa em choros, entrei para o meu porão mais rápido que pude, me joguei no chão e chorava feito criança.

- Mãe, me perdoa mãe. A senhora sabe que eu não queria fazer aquilo. Eu sei que está desapontada comigo, eu sei que mereço ir para cadeia. Não me odeia também, eu te suplico. Eu não tenho você, não tenho mais Murilo, e matei uma pessoa, eu sou um lixo. Tudo é culpa minha._ Disse segurando aquele grande quadro com foto de minha mãe.

- Pai, desculpa. Não me criou pra ser assassino. Me perdoa!!! Estou indo me entregar, te amo._ Mensagem enviada.

Joguei o celular na cama assim que subi para meu quarto, fui ao banheiro para lavar meu rosto, enquanto isso meu celular não para de tocar e era o meu pai. Ignorei. Sair do meu quarto, fui até a cozinha onde estava Clarisse e Maju. O choro que cair ao Maju gritar pelo o meu nome ao entrar naquela cozinha.

"Não chola não" foi o que Maju me disse ao passar seus dedinhos em meus olhos.

- O que foi meu amor?._ Perguntou Clarisse.

Soltei Maju depois de enche-la de beijos. Abracei Clarisse, me desculpei e disse que precisava sair, e que meu pai daria a notícia.

Direto à delegacia. Chegando lá, me apresentei e me acusei.

- Senta-se e conte isso direito._ Disse o delegado.

- Eu matei o atual do meu ex, na escola de fotografia essa manhã. Eu estava fora de mim ao vê-lo eles se beijarem em minha frente e cometi o crime._ Disse em choros.

- E porque decidiu confessar e não fugiu?

- Porque eu estou errado. Eu cometi um crime, eu não me perdoo por isso, e por isso eu devo pagar pelo meu crime._ Respondi.

- Você tem direito a ligar para seu advogado e parente. Você é maior de idade?_ Perguntou.

- Sou sim. E não quero ligar para ninguém._ Respondi.

- Como quisera. Por enquanto que investigamos o caso, você ficará em uma sala ok?_ Disse delegado. Por favor, diga o nome da escola em que estudava, nome do professor, ex e atual que foi atingido. E depois falaremos onde arrumou a arma.

Depois de ter respondido suas perguntas, delegado me colocou em uma sala, onde eu estava sozinho. Dentro da sala eu só queria chorar, eu não estava acreditando que eu passaria anos da minha vida ali dentro.
Um bom tempo havia passado, e acordei com um policial chamando pelo meu nome, dizendo que era pra mim sair da sala e acompanhá-lo. Entrei numa sala e vi meu pai com um homem de terno preto, provavelmente advogado.

- Rodrigo, pra sua sorte o Felipe já conversou comigo e me ajudou a lidar com isso. Por que se não eu entraria aqui dentro e eu iria se preso por matar você. Como você me da uma dessa Rodrigo!!!?

- Me perdoa pai. Eu acho que estou louco._ Eu disse em choros.

- Realmente você está louco!!!_ Gritou meu pai.

- Calma Sr!!!_ Disse o advogado ao meu pai, fazendo com que se sentasse novamente.

- Eu já fui no hospital, e já conversei com os pais do garoto, qualquer coisa que acontecer eu pagarei tudo, porém você vai me ajudar e depois conversaremos mais sobre os medicamentos que você precisa tomar. Você passar a noite aqui. Eu e Felipe iremos resolver como vamos tirar você daqui, e provar o porque de ter uma arma dentro do carro.

- Passo à noite, quantos anos for necessário. Eu mereço. Agora a arma o senhor tem autorização não tem? aquela papelada que assinou quando pegou para proteção ?_ Perguntei.

- Eu tenho que procurar, pois essa papelada foi assinado quando sua mãe era viva e ela que cuidava de guardar essas coisas, que nunca mais eu vi._ Respondeu.

Tinha algumas pastas da minha mãe no porão. Eu teria que revelar o segredo do porão, eu tinha que levar meu pai daquilo/

- Pai? Dentro do meu quarto debaixo do tapete existe um porão, onde tem os quadros da mãe e algumas papeladas, ver lá se encontra._ Disse.

- Como assim porão? Existe um porão e esse tempo todo eu não estou sabendo?_ perguntou.

- Quando eu era pequeno e nós mudamos para aquela casa, eu fui o primeiro entrar na casa, já entrei nesse quarto que tinha o porão, então rapidamente coloquei um tapete e disse que aquele seria meu quarto. Como sempre vocês contratavam alguém para limpar a casa, vocês nunca entraram no meu quarto para limpar, então nunca desconfiaram.

- Meu Deus. E lá está as fotos que sua mãe tirava?_ Perguntou.

- Sim. Lá está tudo que é dela. Ela está lá dentro._ respondi.

- Filho. Aguente essa noite. Refletia em tudo, que amanhã estaremos aqui._ Disse meu pai me dando um beijo na testa e saindo.

- O senhor se importa se eu já voltar pra minha cela ?_ Disse ao advogado.

- Claro que não. Pode ir, vou ficar aqui resolvendo algumas papeladas. Amanhã tiramos você daquilo._ Respondeu:

- Aliás. O meninos está morto?_Pergunto.

- Não. Ele está em estado grave, mas morto não._ Disse.

- Obrigado Deus!_ Disse em voz alta.

De volta aquele lugar vazio e escuro eu dava graças a Deus por não ter matado Lucas. Eu pedia a Deus para que ele ficasse bem.





OI LINDO (a)
BEM VINDO (a) A LEITORA. 2020 CHEGOU E QUE ESSE ANO SEJA UM ANO DE CONQUISTA PRA TODOS NÓS.

OBRIGADO POR AINDA CONTINUAR. NAVEGANDO NESSA HISTÓRIA.

EU AMO VOCÊS ❤️

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Encontrei a paz (romance gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora