Ninguém está livre do passado quando este se resume a um filme de terror.
Um ano se passou desde que terríveis assassinatos abalaram a cidade de Oakfield pela segunda vez. Juntos, os sobreviventes tentavam recuperar a sanidade na Universidade de Wi...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
O céu nublado declarou que o clima havia esfriado definitivamente. Talvez o sol não retornasse durante o restante do dia, o que significava que teriam de se contentar com o calor apenas na parte da manhã e enfrentar a frente fria pela tarde e, muito provavelmente, pela noite também.
Naquela área cercada por árvores, formando uma das extensas florestas de Avon Lake, a névoa cobria o chão numa camada densa e que por pouco fazia não ser possível observar através dela. Por sorte, a neblina começava a se dissipar em meio aos fracos raios de sol que escapavam de trás das nuvens no céu cinzento.
Uma cabana pequena, de um andar e boa expansão, jazia entre as árvores, cercada pela névoa que impregnava na madeira bem cuidada e ameaçava umedecê-la demais. Uma varanda formava a parte da frente, seguida por algumas janelas nas laterais e uma chaminé que exalava a fumaça vinda da lareira acesa na parte de dentro.
O cheiro de café tomava o interior da cabana. O ambiente calmo e rodeado pela natureza era tudo o que Elliot Highmore poderia querer. O rapaz loiro e musculoso levava consigo os olhos azuis que herdou dos pais e uma barba rala, enchendo uma xícara com o café que tinha acabado de fazer.
Era marido de Lola Highmore, e um dos professores mais bem-vistos de Winchester, cobiçado pelas estudantes por conta de sua boa aparência. Um famigerado garanhão. Bom de papo, de aparência, e sabia muito bem conseguir o que queria por meio da lábia e, muitas vezes, da manipulação. Desejado por muitas, tido por poucas.
Por poucas, realmente, mas não por uma só, como se mostrou claro quando ele agarrou a xícara de café e deu às costas à bancada da cozinha. O espaço era amplo pela falta de paredes. Havia apenas duas portas além da de entrada, a do banheiro e a que levava ao único quarto da cabana, logo atrás.
Foi por lá que Elliot seguiu, sem camisa e exibindo os músculos do peito, encontrando a moça que estava ali dentro, de costas para ele, colocando o sutiã depois de ter passado algum tempo sem ele, nua da cintura para cima.
Lá estava Daisy Vinson, virando-se para o rapaz quando sentiu sua aproximação. De traços delicados e corpo magro e pequeno, a moça morena e de aparência inocente não era de fato tão inocente quanto todos pensavam. Também professora em Winchester, a amante de Elliot levava a personalidade um pouco reclusa consigo. Um tanto tímida, muitas vezes acabava sendo ofuscada pelos outros, mas tinha capacidade para muitas coisas e não era de temer nada, como seu caso com um homem casado deixava bem claro.
— O que é isso? — perguntou Daisy, terminando de colocar o sutiã e vendo a xícara que Elliot tinha em mãos, enquanto ele aproximava-se.
— Café — respondeu o homem, entregando-lhe a xícara.
— Você nem gosta de café — disse ela, sorrindo e sentindo o cheiro delicioso que subia até seu nariz na forma daquela fumaça saída do líquido quente.
— Eu fiz só para você. — Elliot sorriu.
— Que cavalheiro. — Tomou um gole, o café descendo pela garganta.
