Ninguém está livre do passado quando este se resume a um filme de terror.
Um ano se passou desde que terríveis assassinatos abalaram a cidade de Oakfield pela segunda vez. Juntos, os sobreviventes tentavam recuperar a sanidade na Universidade de Wi...
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Num ponto que a desastrosa chuva de sangue não atingiu, Mason percorria o gramado com calma. Com as mãos nos bolsos da calça, mirava a visão no ambiente deserto criado pela universidade vazia. As luzes amarelas dos postes eram as únicas a clarear o caminho, numa ambientação um tanto sinistra e amedrontadora. Mas ele tentava não ocupar a mente com qualquer pensamento negativo. Preferia pensar que estava seguro, mesmo que uma parte de si entregasse a verdade a cada cinco segundos longe desta consciência realista.
Não havia chegado a se encontrar com qualquer um de seus amigos desde que retornou da cidade. Tinha tomado um banho e trocado de roupas, comido uma coisinha antes de voltar para a universidade, sabendo que passaria boa parte da noite ali. Deixou o carro no estacionamento e começou a andar. Sem um rumo devido, de início, apenas para verificar o estado do campus. Como o esperado, estava vazio, silencioso e mórbido. Havia chegado até o bairro das fraternidades quando recebeu o chamado de Linda, e agora ia até o ponto de encontro, sendo este o dormitório de Amber e Hayden.
O relógio se aproximava das 21hrs da noite. Acreditava que Sally o contataria logo, logo para comparecer ao prédio principal para os interrogatórios. Ainda forçava aquela ideia a entrar em sua mente. Era um tanto difícil de aceitar que deveriam passar aquela noite ali, quando claramente poderiam dar o fora ou fazer as investigações em outro lugar. Mason se tranquilizou um pouco ao saber que Emily e Linda aceitaram fazer parte daquilo, mas, ao mesmo tempo, começava a entender que isso não era garantia de nada. Uma parte de si acreditava veemente que o assassino faria alguma coisa, aproveitando o último dia onde todos os alvos estariam juntos. Ele claramente não deixaria a oportunidade passar.
Virou o rosto ao escutar o som da porta de um carro se fechando, mirando a rua a alguns metros. No meio-fio ao lado dos prédios mais próximos, um único veículo poderia ser visto estacionado. Mason franziu o cenho ao reconhecer Emily e Hayden, paradas na calçada, claramente cobertas de um líquido vermelho e parecido com sangue. Um rapaz ainda não identificado estava com elas, saindo de dentro do carro e falando alguma coisa.
Eram as únicas pessoas a encontrar a um bom tempo. Por sorte, o professor não teve que desfazer sua rota até o prédio dos dormitórios, pois o trio estava no caminho. Olhou de um lado para o outro da rua, como força de instinto, mas logo sentiu-se estúpido. Não haviam carros nenhum ali, a não ser as vans do FBI. No entanto, nem mesmo elas cruzaram seu caminho até então. Provavelmente estariam todas no estacionamento do prédio principal, onde os agentes deveriam estar preparando a sala para os interrogatórios.
— Em! — chamou Mason, erguendo um dos braços.
A cabeça da sobrevivente se ergueu, relaxando as expressões ao reconhecê-lo.
— Mason! — Emily pareceu aliviada ao vê-lo, dando a volta no carro.
Sean e Hayden encararam-no lado a lado. Sean cumprimentou com a cabeça.
— Emily, por que está toda suja? — perguntou Mason, estranhando a situação.
— Isso... Isso é sangue — foi meio difícil de esclarecer. A garganta ainda doía, sem motivo aparente. Talvez fosse o choro, mas não tinha certeza.