Ninguém está livre do passado quando este se resume a um filme de terror.
Um ano se passou desde que terríveis assassinatos abalaram a cidade de Oakfield pela segunda vez. Juntos, os sobreviventes tentavam recuperar a sanidade na Universidade de Wi...
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Assim que as coisas se complicaram, a primeira coisa que Owen fez foi ir atrás dos amigos. Estava do lado de fora do auditório, caminhando pelo campus com Bethany, quando ouviu pessoas berrando, indo até a origem do som com a consciência de que um novo corpo havia sido encontrado. Para sua sorte — mas nem tanta —, isso não havia acontecido, e pelas vozes eufóricas dos poucos colegas de turma que encontrou, ficou sabendo que Carrie havia sido atingida por um banho de sangue no meio do palco. Isso foi o suficiente para que se desesperasse, mas nem com todos os seus esforços para encontrá-la, Owen conseguiu um rastro sequer da amiga pelo quinze minutos passados procurando-a.
As únicas pessoas que Owen foi capaz de encontrar, foram Mason e Connie, nos bastidores do palco em estado de choque. Uma equipe de funcionários cobria a parte do palco onde o sangue havia sido derramado, em união às partes do corpo de Benjamin Rivers. Apenas por ver aquilo, o sobrevivente sentiu uma náusea tremenda e uma perigosa ânsia. Conseguiu se segurar pelo tempo que se manteve ali, junto de Bethany, conversando com Mason e Connie. Os dois, no entanto, declararam não saber onde Carrie havia se enfiado, tendo a mesma indo para o backstage após o desastre e sumindo por uma das portas traseiras.
Incapazes de ir atrás pela muvuca que se formou ali, acabaram por se impôr a ligar para ela, mas nenhuma chamada foi atendida. Dessa forma, Owen e Bethany saíram de lá e começaram a caçar pela garota, cercados pela noite que se abateu, trazendo a lua brilhante e as estrelas cobertas pelas nuvens. Desembarcando na rua de trás do prédio do auditório, os dois seguiam a passos apressados. Começava a esfriar, mas o clima ainda era agradável o bastante para não ser necessário o uso de uma blusa. Eufóricos e ansiosos para logo encontrar Carrie, nem mesmo se davam ao trabalho de trocar muitas palavras.
— Tem sangue por aqui — avisou Bethany, enquanto passavam por cima de uma calçada. Ao chão, pegadas vermelhas se exibiam, seguindo a mesma direção que eles.
— Ótimo — falou Owen. — Vamos rápido. Ela deve estar em estado de choque.
— E saiu vagando por aí? — Bethany parecia assustada, e de fato estava.
— É o que o pânico faz com as pessoas. Venha, vamos rápido.
Tocando-a num dos braços, Owen apressou o passo. Bethany olhava de um lado para o outro, trocando olhares com a trilha de sangue na calçada. Para o azar da dupla, a mesma aos poucos ia desaparecendo, provavelmente pelo fato do sangue estar secando dos calçados de Carrie. Não compreendiam exatamente o motivo dela ter saído de lá tão apressadamente, mas constatavam que, se fossem eles no lugar, a cena do desastre seria o último lugar que gostariam de ficar e a primeira ação seria se livrar da catástrofe.
— Ouvi falar que a Daisy se machucou também — comentou Bethany, no meio do caminho, durante a recordação da conversa que teve com uma colega assim que entraram no auditório, mesmo que a professora citada não estivesse mais lá. — Ela desmaiou lá dentro.
