3x50 - Maybe You Can Call me a Psycho

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 Ainda não havia se recuperado inteiramente dos eventos quando acordou

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Ainda não havia se recuperado inteiramente dos eventos quando acordou. Continuava sentindo a vibração constante pelo corpo e o calor do fogo. O coração voltou a disparar assim que retomou a consciência. Imediatamente, burburinhos surgiram. Ela sentiu quando dedos lhe tocaram o corpo, enquanto tentava fazer a vista acostumar-se à forte luz branca. Termos médicos foram soltos por vozes desconhecidas.

— Srta. Sammuels? — escutou alguém dizer mais perto. — Como se sente?

Quando Linda finalmente conseguiu se encontrar na situação, percebeu estar num hospital. Três enfermeiros a acompanhavam, incluindo aquele que conversava consigo. Do lado de fora, podia ver, através da porta de vidro deslizável do refinado quarto do hospital de Avon Lake, mais funcionários lhe encaravam — eles desviavam os olhos e fingiam-se preocupados com a rotina quando Linda os mirava diretamente.

Demorou mais de uma hora para a consciência voltar por completo. Felizmente, não tinha mais lágrimas para soltar e a exaustão a impediu de fazer muitas perguntas. Seu estado parecia normal, apenas abatida. O olho esquerdo estava enfaixado e doía, assim como o restante do rosto e a lateral do corpo. Continuava sentindo-se anestesiada, a mente viajando por lugares nada convenientes. Conseguiu comer um pouco de sopa e bebeu um copo d'água, sempre acompanhada. De certa forma, temiam que ela pudesse fazer alguma coisa, mais especificamente contra ela mesma.

Estava de dia, e foi quando o sol começou a se pôr que um psicólogo entrou no quarto. Linda conversou com ele, mesmo que a garganta arranhasse e os pulmões doessem — efeitos da fumaça, disseram os enfermeiros. O moço foi de grande ajuda, no entanto. Esclareceu certas coisas para Linda e então a deixou em paz ao perceber que não era um perigo para si mesma. Depois disso, vieram os agentes do FBI.

— Encontramos esse celular em meio aos destroços — disse um deles, um jovem alto e esguio, após as devidas apresentações. Ele estendeu um saco de evidências por cima da manta que cobria o corpo de Linda. — Acreditamos pertencer a algum dos presentes naquela noite. — Até onde sabia, dois dias tinham se passado deste o incidente em Winchester.

A sobrevivente precisou de apenas um olhar para reconhecer o aparelho, mas nada disse imediatamente, esperando que o agente prosseguisse:

— Pode conter evidências nele. Porém, tem uma senha. Contamos com a sorte de você saber a quem pertencia e qual seja a senha. Nos pouparia de muito trabalho, Srta. Sammuels. Estamos perguntando a todos os sobreviventes. Nenhum deles nos ajudou até então.

Suspirando, Linda pegou o pacote de evidências. Encarou o aparelho por alguns instantes, até clicar na lateral, fazendo a tela se acender. Ali, ainda não apagada, jazia uma notificação de mensagem. A moça reconheceu suas próprias palavras, enviadas para Emily quando estava no hotel de beira de estrada com Asher e Britt. Obviamente, por estar isolada de comunicação em Winchester, Emily não chegou a respondê-la.

Mas ali estavam, seis palavras, que acertaram em cheio a sobrevivente.

"Se cuida, por favor.

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