Ninguém está livre do passado quando este se resume a um filme de terror.
Um ano se passou desde que terríveis assassinatos abalaram a cidade de Oakfield pela segunda vez. Juntos, os sobreviventes tentavam recuperar a sanidade na Universidade de Wi...
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A sinfonia de sons causada pela tempestade era ensurdecedora. As gotas consistentes de água desciam do céu com extrema pressão e transformavam a terra em lama em questão de segundos, balançando a folha das árvores com a ajuda do vento frio e forte. O ambiente era clareado de segundo a segundo por conta dos fortes relâmpagos que continuavam a surgir, o rugido dos trovões assustador para aqueles mais frágeis. Avon Lake certamente estava longe de receber o calor do outono novamente. O clima frio veio para ficar, como aquela chuva deixava claro.
Parado diante da janela, Elliot estava encostado no batente. Sem camisa, exibindo os músculos dos braços e a barriga tanquinho, o rapaz encarava o exterior da cabana, vestido somente com uma calça de moletom, sem nem mesmo um chinelo nos pés. A construção no meio da floresta nada mais se passava de um ponto iluminado pelas luzes interiores, quase escondida no meio de tantas árvores, se não fosse pela trilha na parte da frente que a ligava com a rodovia quilômetros adiante — agora, essa mesma trilha não passava de um ensopado de lama e sujeira voando pelos ares a cada gota que a atingia.
Seus pensamentos variavam entre o quanto odiava aquele maldito clima e o tesão que começava a se dissipar do corpo. Tendo aquilo em mente, desviou o olhar para trás, onde o quarto grande da cabana mantinha não somente ele, como Daisy, igualmente se recuperando da recente transa enquanto passava a camisa por cima da cabeça.
— Tenho que ir — disse ela ao notar a encarada de seu companheiro. — Preciso ficar com meu irmão essa noite, a favor dos meus pais.
— Você não precisa ir — rebateu Elliot com um sorriso, virando-se completamente e dando as costas à vista. — Isso foi muito bom.
— Eu também achei. — Daisy sorriu, sentando-se na cama e pegando um de seus sapatos jogados no chão. A cama em si era uma bagunça só, com o lençol desdobrado e amarrotado num dos cantos. — A gente pode repetir amanhã, se quiser. Mas hoje eu preciso mesmo ir. Sinto muito.
— Como quiser.
Daisy virou o rosto, deixando o cabelo cair diante da face. A chuva batia contra a vidraça ao fundo com intensidade, sendo o único som presente no ambiente. A falta de tecnologias, como uma TV, um rádio ou até mesmo um computador, fazia com que a cabana na floresta ficasse ainda mais isolada da civilização, feita desse jeito propositalmente pelo casal Highmore, Elliot e Lola, para que tivessem uma experiência de imersão com a natureza e deixassem todos os problemas para lá, relaxando sem nenhuma distração que não fosse a presença um do outro.
Mesmo com a desvencilhada de olhar, Elliot foi capaz de notar o suspiro longo que Daisy deu. Também foi capaz de notar, não somente naquele momento, mas como por todo o tempo que passaram juntos nas últimas três horas, que algo a estava deixando para baixo. No entanto, o loiro acabou por não fazer questionamentos, coberto por sua incessante vontade de sentir prazer e o desespero para satisfazer-se logo, mas agora que aquilo tinha passado, perguntou:
— Aconteceu alguma coisa? — Dando a volta na cama, Elliot aproximou-se e ficou diante de Daisy, erguendo seu rosto com o polegar pressionando o queixo. A moça terminou de amarrar o segundo sapato e encarou-o. — Percebi que tem algo te incomodando.