3x31 - Devil's Playground

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 A porta do enorme casarão foi aberta com um arrastar desesperador da madeira contra o chão empoeirado

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A porta do enorme casarão foi aberta com um arrastar desesperador da madeira contra o chão empoeirado. Conforme a luz do sol adentrava o hall espaçoso, a primeira sombra surgiu sob o batente, na forma de uma figura até então desconhecida. Antes de dar o primeiro passo, um braço se estendeu, tateando a parede à direita na busca pelo interruptor, até que ele fosse encontrado e, então, as luzes se acendessem.

Tomando feições, a mulher fardada deu uma última olhada para trás, meneando a cabeça e afastando-se de modo a dar espaço para que suas companheiras entrassem primeiro. A primeira delas, trocou uma encarada com o olhar severo da policial, encolhendo-se ao lado dela ao pisar com seus tênis, até mesmo, brilhantes de tão limpos que estavam. E mesmo com apenas uma única olhadela, Connie percebeu que aquele era um lugar do qual odiaria passar a tarde dos próximos três ou quatro dias.

Em sua frente, mais do que um hall de entrada sujo e empoeirado, jazia o resultado da imprudência sua e de suas amigas de irmandade. Após o protesto contra as atitudes da Reitora Sally Woodel não correrem como o desejado por nenhuma delas, tornando-se um ato de vandalismo, tiveram de pagar com a própria língua. Podiam imaginar o quão feliz Sally deveria estar depois de ser humilhada perante parte do campus, tendo enfiado-as no árduo trabalho comunitário realizado pela polícia, como forma de penalidade.

Incapazes de protestar e tendo sua própria mãe se negando a ajudá-las — dizendo que aquilo serviria como uma lição, mesmo que Connie imaginasse que aquela fosse a forma dela de castigá-la pelo acontecido com o antigo Reitor —, as garotas da Lambda Beta Phi não podiam ser vistas mais arrependidas. E assim, tiveram como única escolha, seguir a negra para dentro da residência, com os olhos curiosos passando de canto a canto.

— É aqui. — A policial Tatianna fechou a porta quando as quatro passaram. — Como já devem estar sabendo, a Mansão Blight será reaberta e posta no mercado de vendas, e a prefeitura precisa de alguém para limpá-la. Felizmente para eles, vocês fizeram o tal protesto em Winchester no momento mais apropriado.

— Marnie fez isso — a voz de Annaleise surgiu, apontando para a outra ao lado. — Ela jogou a maldita lixeira na vidraça daquele prédio. O restante de nós estava apenas protestando passivamente. Não faz sentido todas termos que pagar pelo erro de uma.

— Parece que o "Irmãs para sempre" só tem um significado quando é para você fingir ser uma presidenta boa — rebateu Marnie, emburrada e de braços cruzados.

— Se o tal fingimento me garante boas notas e nenhuma ficha criminal no currículo, então sim, afirmo isso com orgulho, Marnie. Sua descontrolada...

Dando de ombros com uma bufada impaciente, a menina muitas vezes tola e, como bem explicado, descontrolada, bateu o pé, dando as costas à presidenta da irmandade, Annaleise. Com seus cachos ruivos, Marnie muitas vezes era incompreendida, dona de um estilo único e capaz de fazer qualquer um revirar os olhos e se afastar. Mas por dentro, era uma boa pessoa e sabia disso, exaltando seu empoderamento sem ligar para críticas.

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