3x17 - Aftermath

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 A noite continuava fria, e seus passos eram os únicos sons naquela vizinhança deserta

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A noite continuava fria, e seus passos eram os únicos sons naquela vizinhança deserta. Amber seguia caminho abraçando o próprio corpo, andando pela calçada de um dos lados da rua e deixando para trás as casas que passavam, uma a uma, à esquerda. O silêncio quase parecia proposital devido ao enorme amontoado de acontecimentos que perpassaram aquele Halloween, como uma forma de trazer ainda mais morbidade para a "Universidade do Terror" — esta era, na verdade, uma hashtag que começava a circular pelo Twitter. Mesmo com os esforços para não deixar nenhuma informação vazar e nenhum repórter circular pelo campus, foi inevitável que as pessoas de dentro não espalhassem a notícia.

Não que a presença de repórteres fosse melhorar a situação, ficariam enfurnados dentro de suas vans, esperando que um grito repercutisse pela noite para que pudessem pegar suas câmeras e documentar o que estivesse acontecendo. Era capaz que ficassem apenas observando e se preocupando em pegar um ângulo bom, deixando a pessoa para morrer, em vez de se propôr a ajudar.

Com o pensamento, Amber vibrou, sentindo o vento levando seus cabelos loiros. Apressou o passo no leve medo de ficar fora por tempo demais. Já parecia que andava por aquele campus deserto a mais de três horas, vendo que ter acompanhado Hayden para seu dormitório não foi uma das melhores ideias. Agora, caminhava sozinha, exposta e envolvida pela noite. O céu nublado exibia suas nuvens acinzentadas por cima da lua, escondida atrás delas. As árvores que enfeitavam os quintais quase eram levadas com o vento, folhas voando por todos os lados como se um verdadeiro furacão fosse se formar a qualquer instante.

Agarrando seu celular num dos bolsos da calça, a garota checou o horário. Eram quase 5hrs da manhã, coisa que a alarmou. Via que a ideia de voltar cedo da festa da Kappa Omega Theta e dormir para acordar recomposta no outro dia saiu pela culatra. De fato, tudo começou a desandar quando se viu aos beijos com um rapaz na comemoração da irmandade. Talvez se não tivesse se distraído com aquilo, já estaria em casa a muito tempo, num sono profundo, sem nem saber sobre as desgraças que se seguiram.

Nunca pensou que uma noite de diversão resultaria em algo como aquilo, onde voltava sozinha às plenas 5hrs por um campus deserto e com um assassino à solta. Após a conversa com o grupo de alvos e seu convencimento de que estava na lista dos escolhidos pelo Carrasco, Amber só obteve mais motivos para sentir ainda mais medo. Tentava se distrair com outras ideias, até mesmo abrindo seu WhatsApp na procura de alguma mensagem dos amigos ou do garoto com o qual trocou números na festa, mas nem mesmo as pessoas mais faladeiras estavam online àquela hora. Sentia-se completamente isolada.

Foi quando, ao abaixar o celular, teve a visão. Amber ergueu o rosto a tempo de observar o caminho à frente, aproximando-se de uma esquina e adentrando imediatamente na vizinhança das irmandades. O caso da Kappa Omega Theta parecia ter se silenciado pela falta de viaturas nas redondezas e o silêncio, mas outro caos surgiu vindo em sua direção. De imediato, Amber trancou o passo, mas não ficou muito certa do que via. Mais parecia uma visão, algo tirado de algum sonho louco do qual acordaria gritando no meio da noite. Um sonho não, um pesadelo.

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