3x12 - An Old Ghost

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 Ainda era um choque para Emily saber que Linda havia se metido num caso com Elliot

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Ainda era um choque para Emily saber que Linda havia se metido num caso com Elliot. Percebia que o passado da mais velha continuaria sendo um mistério independente de tudo, e que Linda continuaria guardando segredos de si — não que a culpasse. E mesmo que Emily compreendesse a situação alarmante da amiga, ficava um tanto impossível de não imaginar o quão idiota tinha sido Linda em aceitar as ofertas de alguém como Elliot, levando em conta que, até mesmo para quem não o conhecesse, o rapaz demonstrava não ser um dos mais honestos. No entanto, Emily talvez não fosse a melhor pessoa para julgá-la. Tinha se envolvido num relacionamento com uma assassina, afinal de contas.

Mas essa era uma parte de sua história da qual odiava se lembrar, e por isso afastou os pensamentos, reparando em como a casa voltou a ficar calma depois que ela e Linda se separaram. A mais velha havia saído para ir ao mercado, fazer as compras da casa, como ela e Emily se revezavam a fazer todos os fins de semana. Por isso, Emily foi deixada sozinha em seu escritório. Ter a cabeça na lua durante a reunião dada pela Reitora naquela manhã — em grande parte pelo que havia acontecido com Lola e seu surto — a deixou entupida de novas informações e novidades sobre Winchester das quais era obrigada a se manter por dentro, e sem escolhas, acabou por ficar enfiada dentro de um enorme molho de papéis clipados pegos durante a reunião, dos quais Emily agora lia e revisava sem muito ânimo no semblante.

Apoiada com a cabeça numa das mãos, os olhos já quase se fechando passavam por cima das palavras impressas. Num modo geral, o conteúdo daquelas cinquenta páginas, aproximadamente, baseavam-se nas novas regras de segurança da universidade, as novas leis estaduais implantadas em Ohio e que envolviam os professores e alunos, os regulamentos de cada disciplina de Winchester e, por último, uma atualização de como o caso dos assassinatos estava seguindo, escrito especialmente por Sally Woodel.

Em meio aos pensamentos atrapalhados, Emily escutou quando a campainha tocou. Ergueu a cabeça, encarando a porta aberta a alguns metros, e esperou por um instante antes de tomar qualquer ação. Era a hesitada básica que praticamente todo mundo dava antes de tomar uma atitude. Mas por fim, levantou-se da cadeira, parcialmente feliz por ser tirada daquela tortura que era ler as páginas e mais páginas de informações que poderiam lhe ser entregues numa simples conversa — conversa esta que deixou de ouvir pois estava com a cabeça em outro lugar. Deixando para trás o trabalho, a sobrevivente caminhou até a porta.

Emily saiu do escritório, passando a mão na camisa que usava, esticando-a no corpo. Como a pessoa tocou a campainha, ficou claro que não era Linda, e por isso a professora queria, no mínimo, parecer apresentável, mesmo que os cabelos um tanto embaraçados revelassem o contrário para qualquer um que a visse. E tentando não passar por maiores preocupações, desceu as escadas e posicionou-se diante da porta de entrada, envolvendo a maçaneta com uma das mãos. Girou-a e puxou a placa de madeira em sua direção.

A garota do outro lado aparentava estar na média dos vinte anos. Iluminada pela fraca luz do sol que vinha de trás, Emily teve de espremer os olhos para enxergá-la devidamente, e logo os traços da menina começaram a surgir. Era negra, com a pele evidentemente macia coberta por um sobretudo preto que a protegia do frio, o que revelava algumas das curvas que tinha no corpo magro. Os cabelos escuros, brilhantes e naturalmente ondulados caíam por cima de seus ombros, até a altura dos seios. Os olhos castanhos encaravam Emily com certo espanto e ansiosidade, acompanhados dos lábios grossos, que logo expressaram um sorriso.

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