Capítulo 5 - Eu? Porque eu?

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Amanhecia também do outro lado da cidade quando Amélia abriu os olhos com as cortinas sendo puxadas por sua mãe com brusquidão.

— Amel, tem uma visita para você aí na porta.

— Quem? – perguntou sonolenta.

— É uma mulher, se disse como Pérola.

Amélia tinha uma tutora chamada Pérola no curso de... Decoradora! Oh minha nossa, seria enfim o seu emprego batendo a porta? Num pulo Amélia se penteou e se vestiu, sua mãe deixou a porta aberta e ela pode ouvir a sua voz, era exatamente a sua tutora.

— Amélia, estou muito feliz em te dar uma notícia. Seu currículo foi selecionado para um trabalho voluntário na Sociedade de Proteção Às Vidas No Trânsito, porém, existe também uma área que será totalmente reformada que será a sala de conversação em grupo e ela precisará passar por um especialista, e como geralmente isso é muito caro, me solicitaram alguém que estivesse precisando de experiência e que aceitasse um valor menor, eles estão passando por falta de recursos, e pensei nesse momento em você e na sua dedicação, me desculpe pelo horário, ainda é sábado, mas eu precisava vir pessoalmente, e como tinha seu aval eu fiz o compromisso com o seu nome, e aqui está o cheque adiantado. — estendeu o valor para Amélia que olhou aquilo com um grande sorriso e o examinou contente.

— Estou muito feliz, e está tudo bem com o horário, eu só estava descansando.

— Começa segunda, e espero você lá, eu vou estar apenas como uma... — ela abaixou a cabeça. — Eu estou fazendo um curso de reabilitação, e farei o possível para te ajudar, caso precise, mas tenho certeza de que não vai. Bom dia e até segunda. — Pérola cumprimentou a todos e saiu no seu táxi.

— Caramba, trezentos reais! Não é muita coisa, mas ajuda muito. — Amélia pulava em sinal de alegria.

—- Viu só, tudo dá um jeito de chegar até você quando é para ser seu. — dizia sua vó lendo o jornal.

— Vou me arrumar e ir ver a Sarah e a Nanda. Quem sabe acho algo pra elas.

— Vocês se divertiram ontem?

— Demais. — ela disse no canto da boca.

— Conheceu algum rapaz interessante? — a mãe sempre arrumava um jeito de entrar em assuntos delicados.

— Depende.

— Ah, esse depende quer dizer que sim e não?

— Nós fomos à boate mais rica da cidade, tinha muito cara bonito, mas, todos moram na parte luxuosa.

— E daí?

— Eu não sou o tipo deles, a não ser que seja para uma noite. E eu sei que essa noite nunca vai existir, até porque, eu sou a Amélia. Lembra? — a menina deu um grande sorriso jogando seus cabelos para o lado. Se a mãe soubesse de quem ela falava... Não ia parar mais de perguntar.

Amélia voltou para o quarto pegar a sua mochila, iria acordar Sarah depois de uma noite bastante maluca com direito a delegacia e aquela confusão toda... E, claro, sem esquecer dele, Joaquim Caravaggi, o pivô (aqui Amélia não conseguia esconder o sorriso).

Antes mesmo de dar abertura a sua peregrinação à casa da amiga a companhia tocou e ouviu a voz de Fernanda entrar assustada, o que aconteceu em seguida depois de um longo silêncio entre elas foi que a sua mãe veio bater na sua porta com exaltação.

— Amélia saia já desse quarto agora!

Nanda já tinha antecipado a sua queda. Droga! Sem colete a prova de balas, morte instantânea.

AMÉLIA (A garota e a flor)Onde histórias criam vida. Descubra agora