Jane pegou seus exames no seu intervalo de almoço e os levou até Joaquim, segundo a médica tudo estava pronto para ser executado, e naquela deixa, Joaquim não segurou sua língua, sem perceber que Elizabeth passava pelo corredor.
- Ah que se deve esse sorrisão JT? – disse a amiga sem conter a sua curiosidade.
- Ah, eu...
- Você... – Jane encorajou-o a prosseguir.
- Beijei a Amélia.
- Ah, deu para ver nessa cara toda de feliz que tinha algo a ver com ela. E aí?
- Aí é que eu estou superfeliz. Tô leve, livre, solto como o ar.
- Meu Deus, você está ridículo. Pare de sorrir um pouco. – Jane debochou.
- Vou tentar. E tudo pronto para a FA?
- Um pouco de medo, mas sim. Essa mudança toda de FIV pra FA, os exames, hormônios, como isso é horrível. Mas é por uma boa causa.
- É. Minha mãe me falou sobre essas coisas de maternidade.
- E aí?
- Estou mais confuso que aliviado.
Jane sorriu torto.
- Minha família nem sonha com isso. Não quero um porre de Donavan aqui gritando, surtando, me deixando louca.
Joaquim riu.
- E Elizabeth?
- Complicado definir alguma coisa com isso.
- Ela é tão diferente... Por que você e ela...
- Coisas que a vida não dá respostas, Joaquim, aconteceu, e depois que você começa a gostar, você opta por deixar de lado seu orgulho em muitas coisas.
- Mas ela te trata tão mal. Você aceita por migalhas?
- Eu aceito porque sei que no fundo ela está insegura com ela mesma, eu quero guiá-la na sua auto busca. Eu só não sei por onde começar, e acredito que nem ela. Preciso enviar esses documentos agora, até mais tarde.
- Até.
Jane saiu deixando Joaquim remoendo as palavras dela. Relacionamentos estão fadados a ser uma luta de quem obedece e quem manda ou havia algo errado naquele meio? Se julgasse os relacionamentos que conhecia todo eles eram problemáticos em algum ponto. Até mesmo ele e Olívia tinham passado por coisas desagradáveis por conta dele mesmo. Ainda bem que seu filho ou filha viria com alguém equilibrado e sensato com a qual não existia relação amorosa, não que Olívia não fosse, porém sua garantia de ter uma relação saudável com Jane era bem maior mesmo depois do parto e do crescimento da criança. Com Olívia, a separação seria tão dolorosa quanto complicada.
O primeiro procedimento escolhido para a vinda do futuro Donavan Caravaggi seria a fertilização artificial, como os dois eram saudáveis e somente não constituíam um casamento, optaram pela tentativa dela que no geral demorava menos.
A hora do teste inicial se aproximava e os dias pareciam passar como tartarugas até fluírem com menos nervosismo, tanto Jane quanto Joaquim se cuidavam até o momento da primeira tentativa e isso os acostumou em certo ponto a manter a rotina menos conturbada.
O fim de semana passou voando com as novas regras de adaptação, e em plena segunda feira Amélia tinha pegado com Jane a sua guia para fazer seus exames de rotina, todas já tinham feito, faltava somente ela para preencher, no embalo da contratação.
- Desculpe por ter saído naquele dia, minha mãe ficou sem sua colega na produção do show e tal, e como era meu dia de folga ela insistiu muito...
VOCÊ ESTÁ LENDO
AMÉLIA (A garota e a flor)
RomanceAmélia é uma jovem comum que compartilha com sua mãe e avó um destino um pouco infeliz a cerca da presença paterna em sua vida, porém, numa noite que nada prometia; um olhar juntamente com um sorriso hipnótico, uma confusão e uma ida a delegacia pod...