Sábado, Joaquim estava de frente para o espelho se lembrando da conversa que tinha tido com sua mãe a respeito do que fazer com relação ao que começava a sentir por Amélia em um dia desses.
- Você precisa mesmo da sua mãe para isso?
- É, preciso.
- E o que tem aprendido com o dinheiro?
- A ser um grande babaca, e só. – ele deu de ombros.
- Pois eu vi isso no jornal, queria saber de você mesmo. O que aprendeu?
- Acho que nada. Dinheiro é problema. E mulher quando a gente gosta também.
- Então gosta dessa moça?
- Gosto, e não sei como expressar isso de forma a não parecer ser um grande tosco.
- Você nunca é um grande tosco quando se declara para uma mulher.
- Mas, e se eu for dizer que gosto dela e der merda?
- Pelo menos você tentou, não é?
- É. Chamo-a para jantar?
- Faz algo menos, como posso dizer, menos cara de encontro, mais casual. – disse Tereza para o Joaquim dos pensamentos sentado à mesa do café.
E tinha em sua cabeça toda forma de casual possível que conhecia.
Enquanto o Joaquim de agora estava olhando qual gravata ficava melhor no seu terno azul escuro, seria amarelo ou vermelho vinho? Sua cabeça rodava nas conclusões que tirava da ajuda da mãe. Jogou as gravatas sob a cama ainda indeciso, tirou o paletó e colocou um blazer, substituiu o sapato por um tênis claro e partiu para encontrar as garotas que vinham de carro com Rafael e Jane.
As garotas, sobretudo as do hotel, olhavam para ele quando passava, era uma presença que não poderia ser ignorada e em breve seria o dono oficial dali, talvez todos se acostumassem mais com sua presença depois disso e parassem de olhar tanto.
- James, sabe a que horas chega o pessoal?
- Imagino que daqui uma meia hora. – respondeu o segurança.
Joaquim olhou para o lado e se viu sendo observado por duas mulheres a varanda, sorriu amigavelmente para elas e começou a pensar no antigo JT, e que aquele simples gesto já era motivo para estar entre elas distribuindo seu charme, mas agora ali não fazia sentido nenhum ter esse tipo de atitude, era melhor esperar Amélia chegar e só ai esbanjar seu sorriso... Com a ideia da espera passou a sorrir com mais frequência e a perceber pequenos detalhes em si mesmo que antes não percebia, como a impaciência diante de uma chegada.
Quando a van chegou, Jane foi a primeira sair, Rafael depois abotoando o casaco e ajeitando o cabelo. Melissa, Deise, Sarah, Nanda e... Amélia demorou um pouco mais para sair. Somente aquele gesto de minutos foi suficiente e deixou Joaquim nervoso. Ao vê-lo ali na sua saída, Amélia sentiu alguma coisa devido a surpresa, era talvez, alegria ou, era o dia que estava muito bonito, e consequentemente Joaquim também.
- Todos prontos, e vamos ao tour. – disse ele distribuindo sorrisos como o combinado, em especial para Amélia.
Ela nesse momento tinha olhado para ele com um olhar mais sério, sem sorrisos, e ele respirou fundo com a resposta negativa, paciência era seu primeiro quesito hoje. Tudo era questão de jeito e tempo.
Levou a todos a andar pelo seu hotel primeiro, Jane parecia muito feliz em observar de perto comentando cada detalhe, ela e Rafael tinham se dado bem no decorrer da viagem. O que não passou batido pelas meninas, e nem Joaquim.
VOCÊ ESTÁ LENDO
AMÉLIA (A garota e a flor)
RomanceAmélia é uma jovem comum que compartilha com sua mãe e avó um destino um pouco infeliz a cerca da presença paterna em sua vida, porém, numa noite que nada prometia; um olhar juntamente com um sorriso hipnótico, uma confusão e uma ida a delegacia pod...