AMÉLIA (A garota e a flor)

Capítulo 23 - O dia D.

Em um resumo dos dias que se seguiram, Joaquim ia todas as manhãs a Sociedade de Proteção a Vida no Trânsito, via Amélia, sorria feito bobo e continuava a tentar se aproximar dela, sua mãe tinha saído do hospital muito bem, agora estava com ele fazia umas três semanas no seu apartamento luxuoso, contra a vontade claro, seu tio boicotava tudo o que ele fazia ou tentava fazer, Vitória tinha conseguido dar início a reforma do Caravella, Jane e Elizabeth tinham comprado um apartamento, e ele também e adivinhem qual elas compraram? O de Da Silva! Joaquim ficou muito feliz com toda a situação, Rafael deu início a todo o processo da FIV, legalmente falando, e naquela mesma semana todo o material sanguíneo de Joaquim e de seu tio tinham sido coletados para análise, os contratos assinados pelas garotas foram enviados ao Mar Encantado e elas se mudariam em três dias efetivamente, num acordo trabalhista.

Uma grande novidade foi que Amélia conseguiu vencer o processo em cima de Pedro por abuso de poder e tentativa de estupro, Pedro foi condenado há dez anos em regime fechado e ela ficou mais feliz, mas não tanto como queria.

Naquele dia no fim da tarde sairia o resultado do exame de DNA de Joaquim, no dia seguinte ele juntamente com Rafael foram ao tribunal para o abrir do envelope ainda bem cedo.

- Está nervoso? – Rafael se sentou ao seu lado na cadeira do lado de fora da sala de audiência.

- Um pouco, foram semanas bem angustiantes.

- Isso acaba hoje. Pelo bem ou pelo mal.

- E que seja para nunca mais.

A sessão começou pouco depois, e Rafael recebeu o exame lacrado. Concordaram que ele o abrisse e Joaquim sentia seu estômago revirar sem poder se conter, ansioso e nervoso com tudo o que podia vir com o resultado escrito em negrito em um papel. Com um aceno de cabeça do amigo e cliente Rafael rasgou o papel retirando o resultado. Toda uma vida poderia mudar daqui para a frente... Sem contar sua mãe.

Abriram e então o rosto de Rafael se contraiu.

- Negativo. Joaquim Théo Villa Caravaggi não é filho de Joaquim Caravaggi.

É claro que o seu tio sorriu e Rafa jogou o papel contrariado em cima da mesa.

- Eu posso pedir um novo exame, excelência? – Joaquim perguntou.

- Meu cliente solicita nova análise e exame, pois temos provas de que a parte interessada não tem afeto algum pelo meu cliente, e isso pode ser algo forjado.

- Pedido aceito senhor, tem um prazo de um mês para executar novo exame e entrar em acordo. – bateu o seu veredicto o juiz.

Saindo do tribunal Joaquim andava pensativo e sobrecarregado.

- O que houve?

- Minha mãe vai querer saber o resultado, o que eu digo?

- A verdade, e tão somente a verdade.

- Mas o jeito? Como dizer sem magoar, isso não é fácil. Não quero vê-la sofrer.

Joaquim olhou para o céu azulado e refez sua estratégia mental de como dizer a ela o primeiro resultado. Não seria fácil, ainda mais depois que a imprensa jogar tudo para o mundo aqui de fora. Voltando para sua casa sem Rafael e no ponto de ônibus ficou pensando em Jane, Amélia... Precisava das duas mais do que nunca, com sua mãe a relação iria se fortalecer ainda mais depois do ocorrido, mas precisaria dar um tempo e espaço a ela, procuraria os Antelli para saber o que realmente tinham em comum? E se ele fosse realmente seu pai?

Chegou à sua casa e abriu a porta com todo cuidado sabendo que qualquer frase agora mudaria tudo, seria ele um Antelli? E por que isso não cheirava bem, deveria ter certeza de que era armação de seu tio, não devia?