Durante a reunião das garotas o assunto foi estritamente profissional, Joaquim com o lado esquerdo do rosto vermelho tentava não sentir que tinha feito um mal negócio saindo naquela noite e agindo como um babaca. Claro que a culpa da babaquice era exclusivamente sua. Mas olhar para as garotas todas sérias e sem jeito o deixavam profundamente chateado, afinal sustentavam uma opinião errada sobre ele.
- Então combinado que irão sábado até o resort com a minha equipe? – ele disse assinando o acordo de trabalho.
- Sim. – respondeu Nanda.
- Bom, o Rafael guiará vocês, junto com a Jane Donavan. Tudo bem?
- Tudo, mas por que você mesmo não vai? – perguntou Sarah tentando fisgar a atenção de Amélia.
- Problemas. – ele deu de ombros.
- Como aquele que saiu da sua sala bufando feito um dragão? – falou Nanda levando um cutucão de Amélia.
- Pode-se dizer que sim. – Joaquim respondeu baixo apertando as mãos delas.
Com tudo terminado as meninas saíram, menos Melissa.
- Eu sei o que parece. Mas, você deve reconsiderar que foi muito babaca ao invés de ficar se lamentando. E sei que está assim pela Amélia, então, faça melhor do que ficar aí resmungando, concerte as coisas. – ela terminou e saiu deixando Joaquim no silêncio das suas palavras buscando saber o que fazer com o que tinha acabado de ouvir.
Discando o número da sua secretária buscou coragem para fazer o que ia fazer.
- Me pede o helicóptero da empresa por favor, eu vou para o Caravella.
- Sim senhor. – a voz curta do outro lado respondeu automaticamente. Saindo em direção ao seu hotel de alto padrão praiano Joaquim ficou olhando sua caixa de mensagens, vazia, e verificou Amélia online.
Digitou duas mensagens, mas não enviou nenhuma delas.
- Você está chateada com o que viu? – foi à primeira opção.
- Me desculpe por aquilo tudo. – foi à segunda.
Desistiu e guardou o telefone no bolso antes de subir no seu taxi aéreo. Ao desembarcar meia hora depois no campo de pouso havia um movimento de funcionários atípico nas redondezas.
- O senhor não avisou que vinha! – disse um dos seguranças que o viram chegar.
- Nem eu sabia que vinha. Cheguei a essa conclusão agora pouco. E como andam as coisas aqui?
- Mais ou menos, o senhor vai saber por que quando chegar à sala de reuniões.
Pela cara do segurança a situação estava bem feia, correu até a recepção e a cara de espanto das funcionárias o fizeram repensar sua ida.
- O que acontece aqui? – ele perguntou a uma das mulheres que se encolheu.
- Seu tio senhor, ele... – ela começou a dizer, mas parou.
Nem mesmo esperou a resposta da moça e já se encaminhou direto para o elevador, abotoou o casaco e apertou o andar térreo. Em uma das salas estava um alvoroço terrível e parou um pouco para ouvir quem estava lá e a sua surpresa não foi menos aterradora do que a de todos. Abrindo a porta de supetão Joaquim pegou seu tio esmurrando uma mesa e pedaços de maquete no chão indicavam que também tinham sido alvo das loucuras dele.
- O que acontece aqui?
Ao silêncio constrangedor das almas caladas e seu tio visivelmente furioso esperou que respondessem a sua pergunta antes de entrar.
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AMÉLIA (A garota e a flor)
RomansAmélia é uma jovem comum que compartilha com sua mãe e avó um destino um pouco infeliz a cerca da presença paterna em sua vida, porém, numa noite que nada prometia; um olhar juntamente com um sorriso hipnótico, uma confusão e uma ida a delegacia pod...