Joaquim estava de terno apertando a gravata azul cerúleo como Jane havia mandado porque combinava com seus olhos claros enquanto se olhava no espelho, Amélia havia aceitado o primeiro convite para um jantar formal e seus nervos estavam ansiosos.
- Muito bonito?
- Exuberante, eu digo. – ela piscou.
- Estou indo. – olhou para o relógio já afobado.
- Se cuide e, mantenha a calma.
- Pode deixar.
Pegando o carro Joaquim se direcionou a casa dela, aguardou dentro dele e enviou-lhe uma mensagem minutos depois.
- Cheguei. – disse ele e desceu calmamente pegando as flores que daria as mulheres da família. Eram girassóis e que estavam no banco do carona. Bateu a porta e Leô a abriu sorridente.
- Amélia já vem.
- Eu aguardo, e essas flores são para vocês, vi que tem girassóis no quintal, imaginei que gostassem.
- Minha mãe as ama. Obrigada filho.
Consuelo chegou puxando o avental.
- Oh, Joaquim, quer um suco? Oh, girassóis. Lindos. Entre.
- Aguardo Amélia. E não precisa se preocupar com aperitivos não.
As duas sorriram e Amélia chegou atrás delas.
- Estou aqui.
Joaquim limpou a garganta quando seus olhos bateram nela, estava num vestido rosa claro que ia até um pouco acima dos joelhos, o cabelo ondulado, brilho nos lábios... Se não fosse um cara que se previne, encostando-se à parede, tinha desabado no chão. Se recompondo estendeu seu braço a Amélia.
- Até mais. – ela disse as duas corujas babonas fechando a porta.
Joaquim abriu a do seu carro e entraram. Ele ainda não acreditava que ela estava ali com ele, ligando o rádio percebeu que Jane havia planejado tudo com tanto detalhe, agradeceria a ela depois por isso, um play romântico encheu os ouvidos dos dois. Era o play que ela ouvia quando ainda estavam em Yale.
"E eu não sei por quê. Não consigo tirar meus olhos de você..." - Era essa parte que fazia com que tudo ali ficasse ainda mais intenso. Nenhum deles sabia lidar com o excesso de coisas e pensamentos fluindo no silêncio. Mas como Jane sempre pensava em tudo, a próxima música disse tudo.
Chegaram ao lugar, estacionaram e Joaquim ajudou Amélia a descer do carro.
- Sabe, devemos muito isso a Jane. – ele disse para romper o silêncio constrangedor entre os dois.
- Ela é fantástica.
- Sim, uma amiga e tanto.
- Uma chefe e tanto. Jane é uma mulher fantástica.
- Concordo em tudo que você disse, Jane foi um dos pilares essenciais na minha vida nos EUA.
Amélia e Joaquim entraram para jantar e foram seguidos de perto pelos olhos das pessoas. Joaquim era sempre observado com interesse, era um cara da vida social daquele lugar, já Amélia, não.
- Quer comer o que? – ele perguntou a ela.
- Ah, camarão. Desejo. – ela sorriu.
- Feito, comemos camarão.
Temendo parecer uma louca famigerada Amélia se conteve, Joaquim a olhava um pouco contrariado, como se notasse que ela estava incomodada. Ela tinha pegado pesado com aquele sapato, estava machucando e ele não queria que ela se sentisse mal por isso.
VOCÊ ESTÁ LENDO
AMÉLIA (A garota e a flor)
RomanceAmélia é uma jovem comum que compartilha com sua mãe e avó um destino um pouco infeliz a cerca da presença paterna em sua vida, porém, numa noite que nada prometia; um olhar juntamente com um sorriso hipnótico, uma confusão e uma ida a delegacia pod...