Amel levantou depois do almoço no sábado, seu corpo doía em todos os ossos e para piorar tinha o medo de encarar o mundo lá fora, como contaria para Sarah? Nanda? E sua avó? Antes que pudesse reclamar de ter que sair de sua cama uma buzina tocou em frente à sua casa.
Sua mãe bateu a porta minutos depois.
— É a Deise e a Melissa.
Num salto ela jogou as cobertas e saiu de pijama mesmo atender as recém-chegadas.
— Oi meninas, a que devo a visita?
— O mundo é realmente pequeno demais, sabe o Eduardo? Ele é meu meio irmão. — disse Deise. — Então eu soube de tudo, você está bem?
— Eu estou levando. — ela disse.
— Se não se importar queremos sair depois tomar um café. Pode ser?
— Pode. — ela deu de ombros deixando espaço para que elas entrassem.
— Querem almoço meninas? — a avó de Amélia apareceu estendendo a travessa. O cheiro era ótimo.
— Queremos sim. — as duas responderam.
Sentadas a mesa as mulheres Ávillez mostraram toda a sua simpatia com as visitantes e quando Amélia saiu com as garotas rezaram para que fizessem bem a ela.
— A gente sabe como é essa barra. — Melissa foi a primeira a dizer.
— É, eu já passei por isso com minha mãe, meu ex padrasto era horrível. — disse Deise.
— E o pai do Eduardo?
— Ah, ele foi o grande amor da minha mãe, mas acabou né, e aí ela casou com meu pai. E também não se deu, até chegar a esse cara, e quem vê cara realmente não vê coração, quem diria que um homem rico fosse tão estúpido, e aliás, parece que algumas pessoas mesmo se amando não conseguem viver juntas. — Deise falou de uma forma muito sentida.
— Já o Eduardo, parece ser o tipo de pessoa que alegra qualquer ambiente, não é? — Amélia disse para atenuar o clima estranho.
— O Edu é uma gracinha e é uma pena que adore mulher mais velha. — brincou Melissa. — Tentei conquistá-lo uma vez. Deu em nada. — ela ria alto.
Amélia achava aquele comentário desnecessário, pois ainda não sabia o que tinha rolado entre sua mãe e o advogado promissor... (spoilers?!)
— Eu não entendi o porquê disso. — disse ela pegando seu sorvete.
— Uma hora você vai saber. querida. — resmungou Deise limpando a boca com calda de morango. Ou seja, as duas sabiam de algo que ela não?
Voltaram para casa depois de um tour pelo centro, onde Melissa comprou livros e Deise falou sobre seu sonho de ser arquiteta, apesar da faculdade de letras recém-concluída.
— Obrigada garotas pelo dia maravilhoso. — Amélia beijou-as nas bochechas em agradecimento enquanto se abraçavam.
— Não tem de que, qualquer coisa é só chamar, sabe que moramos aqui do lado. — piscou Deise.
— Pode contar conosco, e nos adicione ao grupo. — disse Melissa com um grande sorriso, ela e Deise voltaram para suas casas enquanto Amélia entrava na sua.
Já em seu quarto com o notebook ligado viu chegar uma mensagem inesperada de Joaquim.
— Eu soube o que aconteceu, está tudo bem? Rafael me contou.
— Está sim, eu estou bem. Conhece o Rafael?
— Ele é meu advogado e estudou com o Eduardo. E as marcas?
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AMÉLIA (A garota e a flor)
RomanceAmélia é uma jovem comum que compartilha com sua mãe e avó um destino um pouco infeliz a cerca da presença paterna em sua vida, porém, numa noite que nada prometia; um olhar juntamente com um sorriso hipnótico, uma confusão e uma ida a delegacia pod...