Capítulo 18 - O Grande Babaca

19 0 0
                                    

Vê-la passar distribuindo sorrisos as pessoas criou nele a instabilidade de que qualquer pisada torta o derrubaria de cara no chão, e isso era um fato, ainda mais porque havia um coraçãozinho de um cara que nitidamente tinha tido algum tipo de relação estreita com ela. Tomaria e teria sempre cuidado agora, mas sem ser um paranoico. Era mais um dia de palestras na terceira semana de reabilitação e seus panfletos foram deixados para serem distribuídos e colados pela cidade pela sua turma, Pérola tinha indicado que fizessem uma ação social e Joaquim sugeriu irem para as ruas.

Amélia ajeitava os últimos detalhes da sala colando uma fita na borda do portal e em cima de uma escada sozinha sem apoio, e nosso cavaleiro de armadura reluzente ao passar por ela lendo uma apostila se deu conta do enorme perigo e correu ajudá-la amparando a escada.

- Quer ajuda?

- Eu estou bem, só preciso de uns poucos centímetros para alcançar. Droga! – a folha caiu e Joaquim se abaixou para pegá-la, estendeu o papel de volta a Amélia e suas mãos se tocaram.

- Obrigada.

- De nada.

Permaneceu ali escorando a escada até ela descer com o serviço finalizado.

- Você é uma pessoa dinâmica. – elogiou-a.

- Tento ser.

- Você topa sair tomar um café depois da rua?

Ele estava na marca do pênalti.

- Quero.

Bateu e... É gol!

Sorrindo vitorioso ele se despediu indicando que voltaria para sua sala.

Nossa Amélia permanecia encucada com a mudança brusca de comportamento dele, embora achasse muito estranho ele tê-la adicionado em sua rede social, isso indicava que estava querendo algo e sabemos bem o que, pois, estamos bem posicionados nessa história.

- Amélia, queria dizer que tenho ficado encantadíssima com sua disposição para nos ajudar, tanto que indiquei você a um conhecido meu, ele está montando um escritório e precisará de alguém competente para ajudá-lo. – dizia a mulher responsável pela associação, se não falha a memória ela nunca apareceu antes, era Conceição.

- Obrigada senhora, fico muito grata.

- Ele lhe ligará quando estiver com a agenda vazia. - disse a mulher.

Amélia saiu juntamente com o grupo de Joaquim para entregarem os panfletos, era meio evidente que ele tinha chamado a atenção das garotas na rua e por isso seus folhetos acabaram em segundos. Aquele sorriso meigo dele, a simpatia... Tudo era um complemento difícil de ignorar.

Ajudando Amélia, Joaquim pegou mais outro pacote e terminaram tudo antes do esperado, como já tinham licença para sair tomar um lanche depois da distribuição todos se foram, menos Amélia que precisava levar as caixas e os stands de volta ao depósito, isso com a ajuda de Joaquim.

Terminado o trabalho nosso caro jovem estava de pé do lado de fora quando Amélia puxou as cortinas de uma sala, ao vê-lo sorriu imediatamente e acenou.

- Esse rapaz parece muito próximo a você. – a voz era de Pérola vindo atrás dela com um grande sorriso no rosto.

- Ah, nos conhecemos já tem um tempinho.

- Hum, imagino que saiba quem ele é.

- Caravaggi, eu sei. – Amélia se escorou na janela com o ombro.

- Boa sorte garota, e seu turno acabou, vá se divertir.

Amélia desceu depois de se despedir de Pérola e Joaquim a cercou.

AMÉLIA (A garota e a flor)Onde histórias criam vida. Descubra agora