O show "Glitter & Purpurina" estava quase pronto, faltava só marcar a data de estréia e aguardar o sucesso que sentiam que iria ser. Todos estavam empolgadíssimos e Eleonora mais ainda, tanto que seu segredo teve que ser revelado antes do que imaginava por ela já não se segurar mais em si.
- Filha, eu tenho que te contar algo.
- Diga. - Amélia terminava de enfeitar os últimos adereços quando a mãe chegou e se sentou ao seu lado.
- Eu estou saindo com uma pessoa e ela vai estar em casa hoje à noite.
- Sério, e não pode me adiantar quem é?
- Não, surpresa.
- Espero que seja um cara legal dessa vez, hein.
- Ele é. Pode confiar. Eu sei que prometi ir devagar com encontros mas dessa vez a coisa saiu do controle...
- E quem sou eu pra julgar mãe? - Amélia abriu um largo sorriso. - E a propósito, eu sempre confiei que alguém ia ser.
Leô saiu cantarolando depois de sorrir para a filha e Amélia se perguntou como tinha deixado tudo passar assim tão batido, sua mãe estar saindo com alguém novamente era ótimo, sinal que ela havia superado o ex, e que a sua prioridade agora seria ele e não tentar colocar Samuel em sua vida ou tentar entender por que ela o retirou.
Joaquim era a resposta para tudo a que ela se questionava, mesmo quando ela estava à beira de não acreditar que estava grávida e que tudo na realidade se tratava de uma peça maluca do destino, quando entendeu o porquê de sua cabeça andar nas nuvens, tinha passado mais tempo pensando nele que se concentrando nas suas coisas.
- Acho que vamos precisar de velas aromáticas! – Amélia disse chegando ao palco onde estava a mãe com as luzes de neon enroladas na cintura e fita adesiva em sua boca.
- Por quê?
- Pro camarim, está com cheiro de mofo.
- Pode ir buscar para mim?
- Posso sim. - Amélia pegou seu cartão saindo para as ruas em busca das velas e sabia que as encontraria nas lojas no centro e andar até lá era um bom motivo para refletir, foi até uma loja de artigos esotéricos no fim da calçada e escolheu velas de sândalo para levar.
- Amélia? – a voz chamou-a entre as pessoas que iam e vinham.
- Olá, Eduardo, como vai? – cumprimentou-o, era o advogado que tinha cuidado de seu caso com relação a Pedro. Se lembrava bem dele e de seu charme discreto.
- Tudo bem e você?
- Vou bem, não nos vimos mais depois da sua audiência. Tinha dito isso para minha mãe. E o que tem feito?
- Ah, eu tenho ficado no escritório com papéis entupindo a mesa. – ele coçou a cabeça. – Bom preciso ir andando em frente, deixei uma pilha pra examinar de última hora e agora que fiz a pausa pro almoço.
- Até mais, nos vemos por aí.
- Pode apostar que sim. – ele respondeu.
Amélia voltou para o teatro e encontrou Samuel ajudando sua mãe, os dois pareciam discutir pelas gesticulações nervosas. A menina respirou fundo e entrou no palco pronta para atirar pra qualquer lado.
- Interrompo?
- Que nada querida, vamos até o camarim colocar as velas. – respondeu Eleonora a filha ignorando a presença de Samuel.
O garoto ainda tentou pará-la ao passar por ele.
- Amélia, eu queria me desculpar, por aquela ocasião, eu fui um babaca e não me redimi no passado e imagino que seja por isso que me evite. – suas mãos estavam em seus ombros num gesto invasivo.
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AMÉLIA (A garota e a flor)
RomanceAmélia é uma jovem comum que compartilha com sua mãe e avó um destino um pouco infeliz a cerca da presença paterna em sua vida, porém, numa noite que nada prometia; um olhar juntamente com um sorriso hipnótico, uma confusão e uma ida a delegacia pod...