Capítulo 35 - Minha escolha.

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O show "Glitter & Purpurina" estava quase pronto, faltava só marcar a data de estréia e aguardar o sucesso que sentiam que iria ser. Todos estavam empolgadíssimos e Eleonora mais ainda, tanto que seu segredo teve que ser revelado antes do que imaginava por ela já não se segurar mais em si.

- Filha, eu tenho que te contar algo.

- Diga. - Amélia terminava de enfeitar os últimos adereços quando a mãe chegou e se sentou ao seu lado.

- Eu estou saindo com uma pessoa e ela vai estar em casa hoje à noite.

- Sério, e não pode me adiantar quem é?

- Não, surpresa.

- Espero que seja um cara legal dessa vez, hein.

- Ele é. Pode confiar. Eu sei que prometi ir devagar com encontros mas dessa vez a coisa saiu do controle...

- E quem sou eu pra julgar mãe? - Amélia abriu um largo sorriso. - E a propósito, eu sempre confiei que alguém ia ser.

Leô saiu cantarolando depois de sorrir para a filha e Amélia se perguntou como tinha deixado tudo passar assim tão batido, sua mãe estar saindo com alguém novamente era ótimo, sinal que ela havia superado o ex, e que a sua prioridade agora seria ele e não tentar colocar Samuel em sua vida ou tentar entender por que ela o retirou.

Joaquim era a resposta para tudo a que ela se questionava, mesmo quando ela estava à beira de não acreditar que estava grávida e que tudo na realidade se tratava de uma peça maluca do destino, quando entendeu o porquê de sua cabeça andar nas nuvens, tinha passado mais tempo pensando nele que se concentrando nas suas coisas.

- Acho que vamos precisar de velas aromáticas! – Amélia disse chegando ao palco onde estava a mãe com as luzes de neon enroladas na cintura e fita adesiva em sua boca.

- Por quê?

- Pro camarim, está com cheiro de mofo.

- Pode ir buscar para mim?

- Posso sim. - Amélia pegou seu cartão saindo para as ruas em busca das velas e sabia que as encontraria nas lojas no centro e andar até lá era um bom motivo para refletir, foi até uma loja de artigos esotéricos no fim da calçada e escolheu velas de sândalo para levar.

- Amélia? – a voz chamou-a entre as pessoas que iam e vinham.

- Olá, Eduardo, como vai? – cumprimentou-o, era o advogado que tinha cuidado de seu caso com relação a Pedro. Se lembrava bem dele e de seu charme discreto.

- Tudo bem e você?

- Vou bem, não nos vimos mais depois da sua audiência. Tinha dito isso para minha mãe. E o que tem feito?

- Ah, eu tenho ficado no escritório com papéis entupindo a mesa. – ele coçou a cabeça. – Bom preciso ir andando em frente, deixei uma pilha pra examinar de última hora e agora que fiz a pausa pro almoço.

- Até mais, nos vemos por aí.

- Pode apostar que sim. – ele respondeu.

Amélia voltou para o teatro e encontrou Samuel ajudando sua mãe, os dois pareciam discutir pelas gesticulações nervosas. A menina respirou fundo e entrou no palco pronta para atirar pra qualquer lado.

- Interrompo?

- Que nada querida, vamos até o camarim colocar as velas. – respondeu Eleonora a filha ignorando a presença de Samuel.

O garoto ainda tentou pará-la ao passar por ele.

- Amélia, eu queria me desculpar, por aquela ocasião, eu fui um babaca e não me redimi no passado e imagino que seja por isso que me evite. – suas mãos estavam em seus ombros num gesto invasivo.

AMÉLIA (A garota e a flor)Onde histórias criam vida. Descubra agora