Com um novo fôlego para tratar dos assuntos mais delicados, Joaquim resolveu encarar de frente o pai de Amélia, revestido de coragem ele assumiu seu papel de namorado e genro com mais rapidez do que Amélia gostaria e com o ego definitivamente inflado de 'dominador da situação' que ela temia que se chocasse com o de seu progenitor também mandão.
- Tem absoluta certeza de que é agora? – ela o indagava pelo telefone um pouco antes do jantar estipulado para aquela noite.
- Tenho, a gente tem que enfrentar isso logo e ficar livre o quanto antes.
- Você sabe que talvez isso seja um passo muito grande, não sabe?
- Sei, mas o Evento do Mar Encantado foi muito maior que seu pai, não acha? – respondia ele do outro lado se olhando no espelho.
- É, foi público, mas agora tem esse meu pai, político e completamente maluco. – Amélia apertava o cordão que tinha no pescoço sentada em sua cama.
- Não tema, as coisas vão fluir, você não faz ideia do quanto Joaquim Caravaggi já lidou com políticos. – ele sorria um pouco convencido. – Te encontro em casa. – ele se despediu.
- Vou te esperar na porta.
- Beijos.
- Muitos beijos. – ela disse com um tom envergonhado.
- Eu irei mesmo cobrar isso, mocinha. – Joaquim desligou e jogou o celular sobre a cama, Tereza tinha dado notícias de que Jane estava abatida mas seguia firme sem maiores efeitos colaterais, agora era hora dele tomar uma posição como num campo de futebol no jogo que havia começado meses atrás.
As flores trazidas por ele para a casa alegraram Consuelo muito mais do que a notória presença do ex genro, ele percebeu o obvio quando Amélia abriu a porta a sua chegada e o cobriu de beijos, o sujeito sentado com uma perna sobre a outra a ler o jornal o deixou um pouco perplexo, ele tinha mesmo um ar de majestade como dizia Amélia.
- Olá senhor Leonardo. Eu sou Joaquim, é um prazer conhecê-lo. – Joaquim estendeu a mão a ele que o olhou de baixo acima, deixando o jornal Léo saiu de sua jornada leitora e ficando de pé encarou o futuro genro.
- Olá meu querido, a quanto tempo tenho esperado sua visita! – ele desferiu um tapão no ombro do outro que fechou o rosto. – Vejo que se assustou, desculpe, não medi a força, mas me diga garoto, quando se casam?
Amélia atrás de Joaquim retorcia a boca para o pai.
- Assunto delicado, imagino? – Léo continuou para ele.
- Não, de forma alguma, não é um assunto delicado, eu só aguardo o momento certo.
- Mas esse "momento certo" pode nunca chegar, vocês podem ter um filho sem esperar e não ter um casamento, foi assim com Leô e comigo. – ele sorriu com um ar ingênuo e Joaquim ouviu Eduardo entrar com o semblante carregado pelo corredor.
- Eu garanto que não vamos repetir essa mesma história, senhor.
- Ah pare de me chamar de senhor, pode me chamar de sogrão. – Léo desdenhou dos modos sérios dele, o nível de constrangimento na cozinha era imenso agora que Eleonora chegou tentando apaziguar o irritado Eduardo com uma xícara de chá de camomila.
- Nunca vi uma família consumir tanto chá. – resmungou Léo sentindo o cheiro da cozinha.
- Ora, é impressão sua ou talvez a gente necessite de um calmamente de vez em quando. - Edu falou entre os dentes.
- Desde que cheguei é sempre. – ele disse ríspido a Edu.
- Que coincidência, não é? – foi só o que o outro respondeu.
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AMÉLIA (A garota e a flor)
Roman d'amourAmélia é uma jovem comum que compartilha com sua mãe e avó um destino um pouco infeliz a cerca da presença paterna em sua vida, porém, numa noite que nada prometia; um olhar juntamente com um sorriso hipnótico, uma confusão e uma ida a delegacia pod...