Capítulo 37 - Noite de Gala

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Preciso quebrar um pouco a magia do momento e dizer que não houve nada, ainda, entre aqueles dois pombos arrolhadores. Os beijos foram aumentando de intensidade, mas ao caírem na cama Joaquim a trouxe ao seu peito num gesto que mais pedia calma.

- Nós vamos chegar lá. – disse entre um suspiro.

- Eu sei. – ela respondeu. - Talvez seja um pouco cedo, ainda.

Ajudou-a depois a tirar sua sandália e seu vestido, a barriga ainda era imperceptível, mas a lingerie azul não. Com Amélia deitada Joaquim tirou sua camisa, sua calça, seus sapatos e suas meias, veio se arrastando sob ela até chegar a sua boca.

- Papai já ama a barriguinha da mamãe. – depositou um beijo doce no nariz dela, era a primeira vez que usava aquele termo se referindo aos dois como pais. Um casal.

- Isso soa tão coisa de casal. - ela fez uma careta.

- E não somos?

Amélia puxou-o e o beijou, rolaram na cama puxando o lençol sob eles e depois de alguns amassos Joaquim estava mais preocupado do que poderia esconder, com Amélia em cima dele ficou olhando para ela fixamente.

- O que houve?

- Eu quero ser sincero.

- Por favor.

- Eu nunca fiquei com alguém assim, sem aquilo. – Joaquim deslizava os dedos no braço de Amélia num movimento de subir e descer. – Por muito tempo.

- E isso é ruim?

- De forma alguma, é diferente e gostoso... Existe uma intimidade natural entre a gente. Não é algo puramente sexual. Eu me sinto bem com você, sem cobranças, sem precisar ser o homem mais viril da cidade.

- Existe desejo da sua parte?

- Acho que o que você está sentindo aí embaixo não é uma dobra de tecido do forro da cama. – Joaquim riu.

Amélia fez uma careta novamente.

- É, achei estranho demais.

- Estranho demais?

- Para ser um tecido. – Amélia riu.

Joaquim voltou a puxá-la para beijá-la, os lábios dela eram macios demais para ter o juízo de se manter longe deles, e não queria imaginar o resto, mas já era tarde...

- Está cansado não está? – Amélia disse.

- Estou um pouco, mas eu não quero que fique sem sentir.

- Sentir o que?

- O quanto eu desejo você. – ele sussurrou. Uau, isso foi realmente sensual, JT.

Era a primeira vez que os instintos primitivos de JT eram ativados com Amélia, e segurá-los por mais tempo era doloroso, mas preciso, Joaquim tinha entendido que aquilo não seria a primeira vez nem a última, ela exercia um magnetismo hipnotizante e aquele evento dava abertura a uma nova era de Joaquim e Amélia, onde a cautela inicial dava lugar a uma envolvente brisa sexual. Era o famoso desabrochar de uma mulher grávida e os seus picos de hormônio e um homem apaixonado sentindo pela primeira vez o calor adolescente de descobrir os encantos femininos. Não era como seus desastrosos casos passados. Era sublime e motivador.

Para Amélia aquela frase dita por ele abriu uma porta a muito tempo trancada nela, ele havia despertado dentro do seu imaginário o sheik e sua rainha, não podia negar a sensualidade fluindo por ela e indo parar sabemos bem onde, era um gesto natural e até surpreendente. Joaquim tinha ativado a sua sexualidade...

AMÉLIA (A garota e a flor)Onde histórias criam vida. Descubra agora