Preciso quebrar um pouco a magia do momento e dizer que não houve nada, ainda, entre aqueles dois pombos arrolhadores. Os beijos foram aumentando de intensidade, mas ao caírem na cama Joaquim a trouxe ao seu peito num gesto que mais pedia calma.
- Nós vamos chegar lá. – disse entre um suspiro.
- Eu sei. – ela respondeu. - Talvez seja um pouco cedo, ainda.
Ajudou-a depois a tirar sua sandália e seu vestido, a barriga ainda era imperceptível, mas a lingerie azul não. Com Amélia deitada Joaquim tirou sua camisa, sua calça, seus sapatos e suas meias, veio se arrastando sob ela até chegar a sua boca.
- Papai já ama a barriguinha da mamãe. – depositou um beijo doce no nariz dela, era a primeira vez que usava aquele termo se referindo aos dois como pais. Um casal.
- Isso soa tão coisa de casal. - ela fez uma careta.
- E não somos?
Amélia puxou-o e o beijou, rolaram na cama puxando o lençol sob eles e depois de alguns amassos Joaquim estava mais preocupado do que poderia esconder, com Amélia em cima dele ficou olhando para ela fixamente.
- O que houve?
- Eu quero ser sincero.
- Por favor.
- Eu nunca fiquei com alguém assim, sem aquilo. – Joaquim deslizava os dedos no braço de Amélia num movimento de subir e descer. – Por muito tempo.
- E isso é ruim?
- De forma alguma, é diferente e gostoso... Existe uma intimidade natural entre a gente. Não é algo puramente sexual. Eu me sinto bem com você, sem cobranças, sem precisar ser o homem mais viril da cidade.
- Existe desejo da sua parte?
- Acho que o que você está sentindo aí embaixo não é uma dobra de tecido do forro da cama. – Joaquim riu.
Amélia fez uma careta novamente.
- É, achei estranho demais.
- Estranho demais?
- Para ser um tecido. – Amélia riu.
Joaquim voltou a puxá-la para beijá-la, os lábios dela eram macios demais para ter o juízo de se manter longe deles, e não queria imaginar o resto, mas já era tarde...
- Está cansado não está? – Amélia disse.
- Estou um pouco, mas eu não quero que fique sem sentir.
- Sentir o que?
- O quanto eu desejo você. – ele sussurrou. Uau, isso foi realmente sensual, JT.
Era a primeira vez que os instintos primitivos de JT eram ativados com Amélia, e segurá-los por mais tempo era doloroso, mas preciso, Joaquim tinha entendido que aquilo não seria a primeira vez nem a última, ela exercia um magnetismo hipnotizante e aquele evento dava abertura a uma nova era de Joaquim e Amélia, onde a cautela inicial dava lugar a uma envolvente brisa sexual. Era o famoso desabrochar de uma mulher grávida e os seus picos de hormônio e um homem apaixonado sentindo pela primeira vez o calor adolescente de descobrir os encantos femininos. Não era como seus desastrosos casos passados. Era sublime e motivador.
Para Amélia aquela frase dita por ele abriu uma porta a muito tempo trancada nela, ele havia despertado dentro do seu imaginário o sheik e sua rainha, não podia negar a sensualidade fluindo por ela e indo parar sabemos bem onde, era um gesto natural e até surpreendente. Joaquim tinha ativado a sua sexualidade...
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AMÉLIA (A garota e a flor)
RomanceAmélia é uma jovem comum que compartilha com sua mãe e avó um destino um pouco infeliz a cerca da presença paterna em sua vida, porém, numa noite que nada prometia; um olhar juntamente com um sorriso hipnótico, uma confusão e uma ida a delegacia pod...