Na chegada ao hospital Joaquim pediu à enfermeira que estava passando que lhe indicasse onde sua mãe estava.
- Ouvi dizer que era no quarto 222, senhor. - respondeu ela.
Pegando o elevador subiu até lá com o coração em saltos, minutos preciosos o distanciavam dela, pensou em quando nasceu, minutos o separavam dela e hoje os mesmos minutos os separavam dele, chegando já à porta derrapando pela pressa topou com o médico saindo com a prancheta na mão.
- O senhor sabe como ela está?
- O senhor é o filho dela? Joaquim?
- Sim sou eu. O que aconteceu?
- Sua mãe se machucou quando subiu em um banco para podar uma árvore do quintal, ela caiu e sua mão escorregou no arame farpado.
- E como está?
- Passando bem, mas algo me preocupa.
- O que?
- Ela chora muito e não me parece que seja por dor, existe alguma coisa acontecendo e envolve diretamente você.
Joaquim entrou no quarto e pegou a mãe chorando como o médico dizia, ela tinha o rosto vermelho e soluçava em prantos.
- O que houve? Por que está assim?
- Ah, Théo a história é longa. - ela fungou limpando as lágrimas com as mãos. - Sente-se.
Ela bateu na borda da cama e o filho veio se sentar.
- Conte tudo.
- Seu tio apareceu em casa gritando porque você o expulsou do hotel na frente dos acionistas, ele me ameaçou e disse que eu era uma vadia por ter permitido que você se intrometesse na vida dele, e ele...- ela voltou a chorar.
- Mãe, o que houve? – Joaquim voltou a ser firme.
- Ele disse que odiava o fato de você carregar o sangue dele, aí ele se lembrou de que na época eu namorava um outro homem quando conheci seu pai. Na noite em que terminei e finalmente saí com ele, você foi concebido... Assim eu sempre imaginei. Até hoje...
- O que quer dizer com isso?
- Existe uma possibilidade, mesmo que remota, de você não ser de fato um Caravaggi. As lágrimas voltaram a cair e Joaquim a abraçou, se ela não tinha mais tanta certeza assim era porque alguma coisa aconteceu.
- Isso não veio à toa, só por causa do babaca do meu tio, é? Eu espero mesmo que ele não tenha te enchido com essas coisas, sabe que ele faz isso só pra ferrar com a gente.
- Eu vi o filho dele, do meu ex, e aí meu filho... Vocês são tão parecidos fisicamente. E eu surtei. E comecei a imaginar loucuras... E nessa semana seu tio faz isso.
- Quando viu seu ex?
- Têm umas duas semanas, eu fui a feira e eu o vi. Fiquei observando aquele homem tão parecido com você que me esqueci do que fazia até vê-lo ali, comprando maçãs... Amávamos torta de maçã.
- E você ficou com medo?
- Eu sempre soube que você era um Caravaggi, mas naquele momento eu não pude negar que você era muito parecido com os Antelli, seu sorriso e seu jeito, em quase tudo vocês se parecem. — disse ela emocionada. Joaquim engoliu a seco e nesse momento recebeu uma ligação de Rafael.
- Estamos no caminho de volta, tudo bem?
- Sim, ou melhor, não, estamos tendo problemas um tanto legais aqui.
- O que houve?
- Questões de paternidade.
Pelo silêncio Rafael entendeu.
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AMÉLIA (A garota e a flor)
RomanceAmélia é uma jovem comum que compartilha com sua mãe e avó um destino um pouco infeliz a cerca da presença paterna em sua vida, porém, numa noite que nada prometia; um olhar juntamente com um sorriso hipnótico, uma confusão e uma ida a delegacia pod...