Capitulo 21 - Minha mãe e eu

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Na chegada ao hospital Joaquim pediu à enfermeira que estava passando que lhe indicasse onde sua mãe estava.

- Ouvi dizer que era no quarto 222, senhor. - respondeu ela.

Pegando o elevador subiu até lá com o coração em saltos, minutos preciosos o distanciavam dela, pensou em quando nasceu, minutos o separavam dela e hoje os mesmos minutos os separavam dele, chegando já à porta derrapando pela pressa topou com o médico saindo com a prancheta na mão.

- O senhor sabe como ela está?

- O senhor é o filho dela? Joaquim?

- Sim sou eu. O que aconteceu?

- Sua mãe se machucou quando subiu em um banco para podar uma árvore do quintal, ela caiu e sua mão escorregou no arame farpado.

- E como está?

- Passando bem, mas algo me preocupa.

- O que?

- Ela chora muito e não me parece que seja por dor, existe alguma coisa acontecendo e envolve diretamente você.

Joaquim entrou no quarto e pegou a mãe chorando como o médico dizia, ela tinha o rosto vermelho e soluçava em prantos.

- O que houve? Por que está assim?

- Ah, Théo a história é longa. - ela fungou limpando as lágrimas com as mãos. - Sente-se.

Ela bateu na borda da cama e o filho veio se sentar.

- Conte tudo.

- Seu tio apareceu em casa gritando porque você o expulsou do hotel na frente dos acionistas, ele me ameaçou e disse que eu era uma vadia por ter permitido que você se intrometesse na vida dele, e ele...- ela voltou a chorar.

- Mãe, o que houve? – Joaquim voltou a ser firme.

- Ele disse que odiava o fato de você carregar o sangue dele, aí ele se lembrou de que na época eu namorava um outro homem quando conheci seu pai. Na noite em que terminei e finalmente saí com ele, você foi concebido... Assim eu sempre imaginei. Até hoje...

- O que quer dizer com isso?

- Existe uma possibilidade, mesmo que remota, de você não ser de fato um Caravaggi. As lágrimas voltaram a cair e Joaquim a abraçou, se ela não tinha mais tanta certeza assim era porque alguma coisa aconteceu.

- Isso não veio à toa, só por causa do babaca do meu tio, é? Eu espero mesmo que ele não tenha te enchido com essas coisas, sabe que ele faz isso só pra ferrar com a gente.

- Eu vi o filho dele, do meu ex, e aí meu filho... Vocês são tão parecidos fisicamente. E eu surtei. E comecei a imaginar loucuras... E nessa semana seu tio faz isso.

- Quando viu seu ex?

- Têm umas duas semanas, eu fui a feira e eu o vi. Fiquei observando aquele homem tão parecido com você que me esqueci do que fazia até vê-lo ali, comprando maçãs... Amávamos torta de maçã.

- E você ficou com medo?

- Eu sempre soube que você era um Caravaggi, mas naquele momento eu não pude negar que você era muito parecido com os Antelli, seu sorriso e seu jeito, em quase tudo vocês se parecem. — disse ela emocionada. Joaquim engoliu a seco e nesse momento recebeu uma ligação de Rafael.

- Estamos no caminho de volta, tudo bem?

- Sim, ou melhor, não, estamos tendo problemas um tanto legais aqui.

- O que houve?

- Questões de paternidade.

Pelo silêncio Rafael entendeu.

AMÉLIA (A garota e a flor)Onde histórias criam vida. Descubra agora