AMÉLIA (A garota e a flor)

Capítulo 27 - Avalanche Donavan

Na manhã de terça enquanto Amélia terminava de fazer umas reservas solitária na recepção sua mãe lhe mandou uma mensagem.

- Mudança para cá e transferência de faculdade, Samuel vai voltar a morar aqui perto para cuidar da sua avó. – por que Leô digitava em códigos?

Os nervos de Amélia pareciam ter sido triturados naquela frase. Por que ela ainda se preocupava com ele? E por que ligava para Joaquim e o que ele acharia disso? Tudo estava ficando muito esquisito. Muito mesmo. Seria o início de uma paixonite, e pelo chefe?

Com a chegada de hospedes e todo um cronograma para seguir Amélia não teve muito tempo de pensar. Parou somente no almoço e se concentrou em comer. Samuel e Joaquim não podiam disputar sua atenção agora. Não em sua cabeça.

- Você viu a senhorita Donavan? – entrou um dos funcionários na cozinha.

- Não. – respondeu Deise.

- Deve estar com Simone. – Melissa disse. – Vi as duas na sala de reuniões.

O funcionário saiu sem agradecer.

- Esse pessoal que nem agradece né? – Melissa retrucou.

- Pois é. – Sarah respondeu. – Deve ser urgente pela cara dele.

- Será que a Elizabeth resolveu queimar as suas roupas dessa vez? – Nanda disse em tom de piada.

O assunto que envolvia Jane era muito relevante, e estava diretamente ligado a Teoria do Caos, e de origem bem familiar quando o funcionário a encontrou. Simone falava sobre contas, prazos, e o tal evento vegano enquanto Jane só sabia responder "sim" e "talvez".

- Espero que Joaquim consiga reverter a sua situação na empresa. – Simone disse depois da pausa dos contratos assinados.

- Também espero, como amiga dele e como funcionária.

O telefone de Simone tocou assim que Jane recebeu os papéis.

- Donavan é para você. – Simone passou o telefone para ela com rapidez.

- Alô? – disse ela pacientemente.

Ao ouvir a voz esganiçada de sua mãe num grito Jane afastou o telefone temendo que tudo o que ela não esperava acontecer, estava acontecendo. Começando a reclamar sobre a chegada de um neto e que ela não tinha criado Jane para ser ingrata. Detalhe, tudo isso em inglês. A matriarca Donavan não deixou que Jane respirasse dois segundos.

- Ok, mãe, eu sei, não ainda não tive a confirmação, não sei se estou realmente grávida, não, espera, não fica gritando na rua. Onde? JOAQUIM? MEU DEUS MÃE VOCÊ ESTÁ NA EMPRESA DELE? – nesse momento Jane estava de pé com a mão nos olhos. Inacreditável. Seu sossego com Elizabeth já era minguado, agora muito menos.

Simone no seu canto olhava tudo em silêncio, talvez com um enorme receio de se manifestar.

- Vou precisar ligar para Joaquim agora, com licença. – Jane devolveu o telefone a Simone e saiu batendo os saltos no piso até chegar à sua sala. - Joaquim o que está acontecendo? – Jane disse ao ouvir a voz do amigo do outro lado depois de discar o número dele.

- Sinceramente não sei, deixei sua família se resolvendo na minha sala e estou aqui na de reuniões. Praticamente embaixo da mesa me escondendo como uma criança levada.

- Como eles souberam?

- Elizabeth, é minha alternativa.

- Também acho agora que tocou nela. Era a única que sabia. E agora o que fazemos?