Capítulo 14 - Bem vinda ao Brasil

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O fim do mês se aproximava e naquela manhã de domingo chegava ao Brasil o avião da North American Airlines direto de Miami para São Valentim trazendo duas almas importantíssimas para nosso enredo, enquanto nosso cenário era aquela cidade grande com ar de cidade pequena num clima bucólico e efervescente de crescimento. Joaquim esperava ansioso no aeroporto olhando meio irritado para o relógio, o voo estava meia hora atrasado empatando sua coragem e seus planos para aquele grande dia.

Quando viu na placa que tinham finalmente pousado correu até o saguão de desembarque e com sua plaquinha de "Welcome to Brazil, Elizabeth & Jane" ficou a postos aguardando as duas na multidão que se formava.

Jane foi a primeira a ser vista e acenou, Elizabeth veio logo depois.

— Uau, Caravaggi em pessoa mesmo. — Jane falou em português com uma enorme desenvoltura.

— Seu português está ótimo. — abraçou-a com saudade, afinal foram longos meses de loucura da parte dos dois durante sua estadia.

— E fico feliz que tenha mudado a sua aura, JT. — Elizabeth o abraçou também, ao contrário de Jane, ela acreditava em destino, aura e coisas mais, o que era ainda muito sem sentido para o JT (Joaquim Théo) assimilar.

As duas foram levadas de taxi até o apartamento gigantesco de Joaquim no bairro nobre.

— Olha só, um morador da fina flor da sociedade. — Elizabeth disse ao abrir a sua porta, Joaquim levava suas malas.

— É, esse apartamento foi um presente do meu pai depois da faculdade, e alugava para um amigo enquanto eu estava nos EUA até... Vocês devem saber.

— Ele morreu em um acidente. Nós sabemos. — Jane disse depositando sua mala no chão. — Sentimos muito.

— Bom, eu vou mostrar o projeto para vocês, é uma coisa linda, fica aqui na Praia Calhada, a uns sessenta quilômetros. — Joaquim trocou o assunto.

— E a quantas anda? — Jane veio até ele para olhar.

— Estamos trocando interesses, mas já mandei meu advogado formalmente e pelo renome da nossa empresa eles gostaram da ideia, mas prometi permanecer com o projeto original, vegana e sustentável.

Abriu as imagens diante dos olhos de Jane que soltou um palavrão.

— Isso é estupendo.

— É, existem casas lá, e principalmente para os funcionários. Como eu não vou poder estar cem por cento presente eu deixo a casa para vocês e tem os quartos para os demais, estou bolando uma equipe com pessoas que eu conheço e vou te passar os nomes. Vocês farão mais a gestão, recepção e ficaram por lá para atender as recomendações e repassá-las de ambos os lados, basicamente é isso.

Elizabeth sorriu.

— Ótimo, eu gostei das imagens.

— Ainda não estive lá, mas vou assim que terminar de aprovar o orçamento para as mudanças no Caravella.

— Aquele seu hotel é lindíssimo. — falou Jane. — Me lembro de ficar idealizando uma festa de casamento lá.

— Sem chance, é muito frufru. — cortou Elizabeth.

Deve-se dizer que o português delas era invejável. Até mesmo o de Elizabeth.

— Poderia realizar um desejo meu? Eu sempre quis fazer uma festa lá. — Jane olhava suplicante para Elizabeth.

— Tentaremos. — ela resmungou.

Os três passaram horas resolvendo as questões do resort e a conversa de negócios era enfadonha demais para preencher nosso tempo. Vamos a Amélia. Ela que estava no centro com a mãe caminhava devagar com suas sacolas de compras enquanto passava por um café lotado, lembrando de seu encontro com Joaquim parou de frente a vitrine, tinha sido na semana passada, mas permanecia ainda muito presente nela, de uma forma muito especial.

AMÉLIA (A garota e a flor)Onde histórias criam vida. Descubra agora