CAPÍTULO XVIII

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QUARTA-FEIRA, 18:42

CHRIS P.O.V

Acabei de chegar em casa depois de um dia longo pra caralho. Saí do colégio com os caras e fomos até uma das quadras de Oslo pra jogar basquete, e depois de ter ganhado umas três partidas, como sempre, tô derrotado. A única coisa que me anima pra não cair de vez na cama é que daqui a pouco vou ver a minha ruivinha preferida.

Eu juro que eu não entendo o que eu tenho com a Eva. Claro que não passa de atração, mas eu nunca tive interesse em ter uma amizade com qualquer uma das garotas que eu pego. Eu não sei o que é, mas ela tem alguma coisa que me faz querer vê-la mais, me deixa curioso pra conhecê-la melhor, parece até a porra de um imã. Sem contar que é bom pra caralho estar do lado dela, ela tem uns papos interessantes e um jeitinho só dela. Também não é daquelas meninas desesperadas e grudentas como a maioria da Nissen, ela é na dela, um pouco grossa ás vezes, mas acho que é só charme, e eu caio bem.

Enfim, não tenho tempo pra pensar nisso agora, aliás, que porra é essa? Nunca pensei tanto em alguém, tenho que parar com isso e focar no meu objetivo principal: levá-la pra cama, óbvio. Nossa amizade é legal e tal, mas não dá pra não pensar em fazer outras coisas com ela. Eva é gostosa pra caralho.

Estaciono o meu carro na garagem e tomo um leve susto ao ver outro carro aqui, mas logo percebo de quem se trata. Ótimo, o coroa tá em Oslo. Nem pra mandar uma mensagem avisando antes, só pra eu não voltar pra casa, mas acho que nem meu número ele tem mais.

Entro em casa e não ouço nem um barulho, está tudo quieto, como se não tivesse ninguém. É bom que ele esteja dormindo ou algo do tipo, não to nem um pouco afim de encontra-lo. Subo até o meu quarto e tranco a porta, tirando a roupa logo em seguida e indo até o banheiro da suíte pra tomar um banho gelado.

Foda-se o frio de Oslo, isso era tudo o que eu mais precisava agora. Quando acabo, visto uma camisa e uma calça preta, uma jaqueta de couro também preta e um tênis qualquer da mesma cor. Passo um perfume da Calvin Klein e ajeito meu cabelo. Pronto. Não tem nem porquê eu me arrumar tanto, já nasci gato pra caralho de qualquer jeito.

Desço as escadas já com a chave do carro na mão e não consigo deixar de revirar os olhos ao ouvir aquela voz insuportável ecoar pela sala.

- Christoffer.

- Markus... - digo, o encarando com cara de tédio - O que está fazendo aqui?

Ele ajeita o seu paletó e tenta manter a postura elegante, que eu bem sei que não existe.

- Não está feliz em ver o seu papai? - dá um sorriso irônico, e eu não consigo não revirar os olhos mais uma vez.

- Não poderia estar mais. - falo sem animação nenhuma enquanto cruzo a sala em direção à porta.

- Aonde vai?

- Interessa? - ergo uma das sobrancelhas.

- Não fale assim comigo, Christoffer. Eu, infelizmente, ainda sou o seu pai.

- Pai? - rio, sarcástico - Você sabe mais do que ninguém que nosso laço é só de sangue. E isso não faz porra de família nenhuma. - digo antes de bater a porta com força.

Sim, isso foi uma conversa normal entre eu e o Markus. Ele me estressa só de estar por perto, também, depois de tudo o que fez, não poderia ser diferente. Entro no carro e piso fundo no acelerador. Porra, não posso estragar minha noite por causa desse merda. Não vou deixar ele ter esse poder.

Tento parar de pensar na sua chegada em Oslo, e parar de me perguntar o porquê de ele estar aqui. Fazem alguns meses desde a última vez que o vi, e sua presença não é nada agradável ou importante pra mim. Pelo menos não mais. Eu me viro muito bem sozinho.

Heartburn - Chris & EvaOnde histórias criam vida. Descubra agora