CAPÍTULO XXXVIII

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SÁBADO, 10:12

EVA P.O.V

Acordo sentindo um enjôo terrível. Pisco os olhos algumas vezes mas a minha cabeça ainda insiste em girar. Merda, pra que eu fui beber tanto?

Sinto alguém se mexendo atrás de mim, e nem preciso me virar pra saber quem é. Já tem mais de uma semana que o Chris está dormindo aqui quase todos os dias, então já me acostumei com a sua presença, e principalmente com acordar do seu lado.

- Bom dia. - ele diz, com aquela voz rouca que ele sempre tem de manhã, e me dá um beijo no pescoço.

Minha pele se arrepia e eu abro a boca pra falar alguma coisa, mas na mesma hora sinto o gosto amargo invadir o meu paladar e a ânsia subir. Merda! Levanto da cama quase que num pulo e vou correndo na direção do banheiro, me abaixando na frente do vaso sanitário aberto. Não demora nem dois segundos pra eu colocar toda a comida de ontem pra fora. Eca.

Chris surge no banheiro e me ajuda, segurando meu cabelo. Depois pega um pedaço de papel-toalha para limpar a minha boca e dá descarga, enquanto eu fico sentada no chão, encostada na parede do banheiro só sentindo a desgraça que é essa sensação.

- Tá se sentindo melhor? - ele pergunta.

- Eu tô com cara de quem tá se sentindo melhor? - respondo, mostrando a minha feição acabada. Ele ri.

- Vem, vamos tomar um banho.

- Você não precisa me dar banho, Chris.

- Não, mas eu quero. Vem logo e para de reclamar.

Reviro os olhos e ele me ajuda a levantar. Ainda me sinto fraca, mas vou me recuperando aos pouquinhos. Antes de entrar no banho, escovo os dentes, e então vejo o Chris já no box, nu, ligando o chuveiro. Deus, como eu queria estar forte o suficiente pra transar.

Entro logo depois dele, já despida. Ele me coloca debaixo do chuveiro e a sensação da água caindo sobre a minha pele me faz sentir mil vezes melhor. Quando já estou toda molhada, pego o shampoo, mas ele insiste em passar em mim.

- Você não precisa fazer tudo isso, tô me sentindo um bebê. - digo - Eu estou fraca, não morta, ainda sei fazer as coisas.

- Mas eu gosto de cuidar de você. - ele sorri.

Sorrio de volta, porém meio preocupada. O Chris costuma ser cuidadoso comigo, mas acho que está exagerando agora, eu apenas vomitei, não estou morta.

- Sabe, você não precisa se sentir culpado. - falo.

- Pelo quê?

- Pelo que rolou ontem. A gente já conversou sobre isso, não tem problema nenhum pra mim, você fica com quem quiser e eu também. E tudo bem, não é sua culpa, você nem mesmo sabia que eu estava passando mal.

- Eu sei... mas você ficou incomodada, não ficou?

O encaro meio pensativa, cogitando se devo ou não admitir. Vejo um sorrisinho convencido brotar em seus lábios e bufo, ele deve estar adorando essa situação.

- Um pouco. Mas é só ciúme besta, não tem porquê se preocupar.

- Tá vendo? Ficou com ciúmes... - ele começa a rir e a me fazer cócegas.

- Chris, para! - digo entre gargalhadas - Por favor!

- Ciumentaaa! - brinca.

- Como se você não tivesse ciúmes de mim também!

- Não importa, o foco aqui agora é você. Ciumentaaaa!

- Idiotaaaa! - devolvo na mesma entonação.

Heartburn - Chris & EvaOnde histórias criam vida. Descubra agora