CAPÍTULO XII

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QUARTA-FEIRA, 08:50

EVA P.O.V

O despertador toca pela terceira vez, depois de eu ter adiado duas vezes. Mas que merda, por que resolveram fazer uma festa em plena terça-feira? O Jacob que me pague.

Me espreguiço na cama e quando estou prestes a levantar, uma cacetada de memórias invade a minha mente. Festa. Chris. Bar. Muita Tequila. Beijo. Uber! Ah, não! Não, não, não, não! Isso não pode ter acontecido, merda!

Eu não acredito que deixei isso tudo rolar. E o pior: eu queria. Fui eu que concordei com tudo. Eu poderia muito bem ter colocado limites, o afastado, mas não fiz nada. Não fiz nada porque eu não queria parar, e é isso que me deixa mais puta. Eu odeio esse garoto.

Levanto da cama me sentindo tonta, a minha cabeça ainda gira um pouco, me fazendo lembrar da famosa ressaca, óbvio, pra piorar a situação de merda que eu já estou. Eu beijei o filho da puta do Christoffer Schistad. Mais que isso. No Uber, eu deixei ele... ele...

Argh! Droga, não quero nem lembrar. Não porque foi ruim, bem, nem teria como eu negar o quão bom foi, acho que meu orgasmo já disse tudo. O problema é que agora eu vou ter que enfrentar esse cafajeste no meu pé com aquele sorrisinho de quem ganhou o jogo o tempo todo. De quem sempre soube que ganharia. E eu, tola, achando que iria ser ao contrário. Fui idiota pra caralho.

Balanço a cabeça como forma de me desprender desses pensamentos, mas isso só me deixa mais tonta. Ótimo. Vou até o banheiro e tomo um banho rápido, sem lavar o cabelo, já que já o havia lavado quando cheguei da festa. Escolho uma roupa qualquer, não tão desarrumada como eu costumava me vestir e nem tão arrumada como me vesti nos últimos dias. Só... algo simples. Uma calça jeans, blusa branca de mangas compridas e tênis branco. Um casaco longo preto por cima e voilá.

Quando me olho no espelho, tomo um susto. Caralho, parece que eu morri e voltei duas vezes. Rio um pouco com a situação e logo começo a tirar o resto de maquiagem da noite/madrugada passada que ainda está debaixo dos meus olhos. Então passo um rímel, um blush de leve só pra tirar essa cara pálida e um lip-tint. Pronto.

Pego as minhas coisas e saio pela janela, não quero que a minha mãe acorde e me veja em casa já que disse pra ela que eu havia dormido na casa da Vilde. Ela com certeza iria me matar.

O dia está frio, mas não tanto quanto normalmente é no inverno. Dá pra suportar, não é nada demais. Ando até o colégio enquanto só um maldito pensamento ecoa pela minha cabeça: a fama do PChris é realmente justificável. Não que eu queira admitir, muito menos pra ele, mas se ele conseguiu me fazer chegar ao ápice só com os dedos, imagina então o que ele não faz com...

Não! Para! Não imagina nada. Deixa isso quieto. Não vou ficar pensando nessas coisas de jeito nenhum. Já fiz a merda, a merda já está feita e não vou piorar a merda, certo? Certo!

Cruzo os portões da Nissen depois de alguns minutos de caminhada, logo encontrando o meu grupo de meninas. Vou até elas com um sorriso no rosto e cumprimento cada uma.

- Hey, sra. Schistad! - Vilde diz, brincando, e eu gelo quando ouço esse nome. Oi?

- Ahn... do que você tá falando? - me faço de desentendida.

- Não adianta negar, Eva. Ouvi umas garotas falando que ele saiu com uma garota ruiva do primeiro ano da festa. Que eu saiba, você é a única ruiva desse colégio, né? Vai, desembucha logo!

- Acho que essas garotas se enganaram. Eu não saí com Penetrator nenhum. - minto, e logo tento mudar de assunto - Por sinal, onde foi que vocês se meteram?! Eu tentei ligar pra cada uma no final da festa e ninguém me atendeu, já tinham ido embora. Não se larga uma amiga assim!

Heartburn - Chris & EvaOnde histórias criam vida. Descubra agora