Finalmente Cinderela

Viagem

ERIKA POV

Saí da casa de Philia muito encucada com tudo que ela me disse. Augustus me perguntou durante o caminho se meu jeito sério e fechado era por conta da nossa viagem e eu disse a ele que sim, afinal de contas não deixava de ser verdade, além de estar apreensiva eu também não parava de pensar no segredo que Philia vem guardando esse tempo todo. Seguimos direto até a cúpula para pegar uma cópia do tratado e eu resolvi não mencionar sobre minha viagem para Itália com Augustus para os outros conselheiros. Philia retomará suas funções e os informará, inclusive sobre as sucessivas invasões da mafia nos territorios da irmandade.

Ainda na cúpula, convoquei Sampaio para vir até minha sala.

- Está tudo pronto pra hoje a noite? - pergunto

- Sim, senhora. Sairemos pontualmente às seis horas da tarde. Sua entrada no pais será a mais discreta possível, senhora. Também não fizemos reserva em hoteis, nós ficaremos na cobertura de um membro da irmandade como a senhora sugeriu para não levantar suspeitas de que a senhora está de passagem pelo país. Afinal de contas a senhora não deixa de ser uma empresária bem sucedida e reconhecida no meio industrial.

- Muito bem, Sampaio. Eficiente como sempre. - digo e o homem acena satisfeito - Descobriram onde o nosso anfitrião se esconde?

- Ele vivia mudando de lugar até que por alguma razão, mudou-se em definitivo para Bréscia, senhora.

- Bréscia?

- Sim. Ele vive em uma bela Fortaleza cercada de assassinos bem treinados. Trata-se de uma casa nas colinas registrada em nome de um laranja, uma mulher pra ser mais exato. E para nossa surpresa, a propriedade está certinha conforme mandam as leis das províncias italianas. Ainda não sabemos qual é a ligação da dona da casa com Giacomotto, mas ele é famoso por extorquir e se apropriar dos bens de quem deve algum favor a ele.

- Sampaio você é o cara!

- Obrigada, senhora! - ele fica timido - Só estou fazendo meu trabalho.

- E o faz muito bem! Eu não poderia ter feito uma escolha melhor para o cargo de chefe da guarda...

Meia hora depois, Augustus e eu já estávamos em casa para o almoço e também para avisar sobre nossa viagem. Senti tanta falta de ser recebida por esposa esses dias em que estamos brigadas... Ela sempre me recebe com um beijo apaixonado e um abraço caloroso e apertado. Por que ela tem que ser tão turrona e dificil?! Eu sou doida por essa mulher e ela não alivia de jeito nenhum quando está com raiva de mim, enquanto isso eu fico aqui sofrendo feito uma condenada!

-E aí, Boris, meu velho! Tudo em cima? - Augustus cumprimenta ao passar quando Boris abre a porta para nós.

- Não sei o que esse dialeto estranho quer dizer, mas se o senhor está perguntando se está tudo bem comigo e em casa, então sim, meu jovem! - ele diz nos fazendo rir.

- Voce está igualzinho a Philia, Boris! - Augustus brinca.

- Ah, gostaria eu de ser tão sensato, meu rapaz. - Boris sorri.

- Boris, minha esposa está em casa? - pergunto.

- A menina Anastasia está na cozinha, senhora. Que estão em casa para almoçar, el acabou de fazer a sobremesa, está divina! - Boris adora ressaltar os dotes culinários da minha mulher. Puxa saco!

- E Felipa? - Augustus pergunta desatando o nó da gravata.

- A senhorita Felipa está no quarto. - Boris responde.

- Bom... Já que eu vou ter que enfrentar a fera, então que seja agora! - Augustus olha para o topo da escada e depois pra mim - Boa sorte, Blaine! - ele sobe para o quarto.