Mãe

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ANASTASIA POV

Quando retornei do laboratório, eu não precisei nem dobrar o corredor direito para dar de cara com Erika, seus lacaios e com a conselheira-mor. Eles conversavam, ou melhor, como sempre, eles discutiam sobre algo que só deu para entender quando finalmente me aproximei. Erika e os outros estavam tão concentrados que nem me viram chegar. Eu sei que posso ser meio avoada às vezes, mas tenho certeza que era de mim que eles estavam falando, pois até onde eu sei, ninguém além de mim tinha ido doar sangue para o Augustus!.

Quando finalmente peguei o fio da meada, ou nesse caso, o último fio de conversa, eu pensei naquele momento que eu só podia estar ficando louca, tendo alucinações, ter tomado diazepam vencido sem saber ou coisa do tipo, porque sinceramente eu não acreditei no que os meus ouvidos acabavam de ouvir! Como assim eu sou irmã do Augustus e a conselheira-mor é a minha mãe? Alguém pode explicar que palhaçada é essa aqui?! Será que dá pra alguém dizer a essa gente que não se brinca com esse tipo de coisa?!

- Como é que é... - eu disse perplexa

- Ana... - Erika se aproxima

- Ana uma pinoia, Erika! Eu ouvi... Meu Deus, eu não sei o que ouvi, mas eu ouvi! Aliás, que droga foi essa que eu acabei de ouvir? - digo nervosa

- Anastasia... - a conselheira diz estendendo o braço vindo em minha direção, mas eu logo fiz um sinal de PARE e não permiti.

- Ana, não era na base do supetão que eu queria que você soubesse o que está acontecendo, e ainda mais numa situação delicada como essa! - Erika diz nervosa.

- Ah, nós podiamos sentar pra tomar um chá e enquanto a gente joga conversa fora, vocês me contam que história fantasiosa é essa, que tal?! - sou irônica e sarcástica

- Não me parece uma má idéia. - Erika diz

- Pelo amor de Deus, Erika! Além de trouxa eu tenho cara de idiota também? - a essa altura as lágrimas de raiva já desciam sem controle pelo meu rosto. E a única coisa que rasgava meu peito de dor era a certeza de que fui enganada. Ou melhor, usada!

- Já chega! - a conselheira grita fazendo até os seguranças se encolher. E eu achando que só a Erika é quem tinha esse poder! - Eu sinto muito pelo momento não ser o mais propício, Anastásia, mas você precisa saber a verdade!

- Isso depende do que vocês julgam ser verdade!

- Dessa vez eu não estou aqui na condição de juiza, minha jovem. Vou lhe contar a minha verdade e no final do que você chamou de julgamento, quem vai decidir se acredita ou não, é você! - a senhora diz com firmeza.

- Lucas? - Erika fita o rapaz - Vá chamar a madrinha da Anastasia. Leve-a para a sala do diretor do hospital.

- Sim, senhora...

Erika, a conselheira-mor e eu, seguimos terríveis e doloros passos até a sala do diretor do hospital. Quando chegamos, Erika ja foi logo abrindo a porta sem educação nenhuma. O homem parece não ter gostado da atitude de Erika assim como já não havia gostado do seu hospital ter virado uma zona de guerra.

- Ahh, finalmente apareceu, Venturini! - ele diz levantando de trás de sua mesa bastante irritado!

- Agora não, doutor! - Erika diz nos dando passagem

- Agora não? Você já viu o estrago aí fora? - o homem diz nervoso.

-  Já. Conversaremos mais tarde sobre isso. Agora eu preciso da sua sala por um tempo.

- Está me expulsando da minha própria sala agora? - ele diz sem acreditar em tamanho desaforo.

- Senhor? - a conselheira se adianta na conversa - Me desculpe a invasão. Me chamo Philia. Sou a conselhira-mor da irmandade. Nós realmente precisamos de um lugar para falarmos de uma assunto de grande importância. Importa-se de ceder sua sala um instante, doutor?

Finalmente CinderelaOnde histórias criam vida. Descubra agora