capítulo 35

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Sofia 🌌💜

Acordei com meu pai me chamando e eu bufei, ignorando ele e tentando dormir mais, mas ele insistiu puxando meu cabelo.

Sofia: Me deixa.- Choraminguei.

Perigo: Levanta, porra.- Me balançou.

Sofia: Motivos? - Tirei o lençol do rosto, olhando pra ele.

Perigo: Vai dar uns rolê comigo hoje.- Prendi o sorriso.

Sofia: Você não vai ganhar minhas desculpas fazendo uma coisa que eu gostava quando era criança.- Ele só me olhou.- Pai!

Perigo: Coe puta, levanta pra gente ir.- Eu sentei na cama e ele foi saindo do quarto.

Se tinha uma coisa que meu pai me ganhava, era quando ele ia andar pelos morros aí e me chamava. Pra todo mundo era a maior besteira da vida, mas desde pequena eu gosto de ir pros lugares com ele, são momentos nossos que eu amo lembrar e deixar na minha mente.

Me arrumei no grau, coloquei até o anel que henrique tinha esquecido aqui, caso a gente fosse passar pelo Lins e sai do quarto, vi que já passava da hora do almoço então procurei comida, esquentei ela e fui atrás do meu pai que conversava com o Th e Paulinho na porta de casa, olhei pros três e dei um falso sorriso.

Th: Tu vai pra onde? - Paulo me abraçou por trás, beijando minha cabeça.

Sofia: Vou andar com meu pai.- Falei cheia de marra.

Th: Tu já é grande pra tá fazendo os bagulhos que fazia quando era criança.- Olhei pra ele com deboche.

Perigo: Inveja é foda.- Me defendeu e eu sorri.- Bora.

Paulinho: De noite vai lá pra casa.- Falou no meu ouvido e eu beijei a bochecha dele.

Subi na moto e meu pai acelerou, fomos em vários morros e eu sempre descia na boca, ele entrava e eu ficava na parte de fora. Como quase sempre eram os mesmos morros, eu já conhecia uma galera e ficava brincando, cada dia surgia mais um menino bonito por cada favela. Uma das sextas favelas era o complexo do Lins, desci na boca e vi o Bh de longe.

Ele tava num grupinho cheio de homens com alguns com cerveja na mão e ele tava fumando, eu peguei meu celular e mandei mensagem, nunca que eu ia até ele, do jeito que ele é filho da puta ia querer pagar de homem foda e querer me humilhar por ali.

mensagens 📱

Sofia: Trouxe tua dedeira. (17h18)

mensagens 📱

Me encostei ali no muro e toquei um susto, quando senti alguém metendo a mão no meu cabelo.

Rdg: Coe, gatinha.- Eu sorri.

Sofia: E aí, como cê tá? - Senti meu celular vibrar e liguei a tela, vendo mensagem do menino.

mensagens 📱

Bh: Traz aqui, pô. (17h19)

Sofia: Vem pegar, não fui eu que esqueci, uê. (17h19)

mensagens 📱

Ele nem tinha saido da conversa, fui mais rápida ao bloquear o celular e olhar pro Rdg, ignorando o celular vibrar.

Rdg: Tô bem, veio aqui pra me ver foi? - Falou em tom de brincadeira.

Sofia: Cara, exatamente isso.- Ele riu e eu acompanhei.

Perigo: Bora, Sofia.- Olhei pra ele que saiu da sala rindo e revirei os olhos.

Sofia: A gente se ver por aí.- Pisquei pro Rdg.- Oi, Barbie.

Barbie: E aí, gata.- Falou olhando pro Bh que balançou a cabeça pra ela e ela me olhou de novo.- Dá uma força aí, convence esse feio de passar o ano novo lá em angra, geral junto.

Sofia: Ele nem tem o direito de escolha.- Falei animada.

Perigo: Falar logo pra ela? - Olhei pra ele.- Filha da puta nega nada.

Barbie: Não é atoa que é tua cria.- Eu ri.

Sofia: E o Natal? - Falei curiosa, vendo o Henrique parar do meu lado.

Barbie: Geral pro baile, mas isso aí ainda tá decidindo pra qual.- Eu concordei com a cabeça, olhando pro Bh e tirando o anel do meu dedo, entregando pra ele.

Bh: Valeu.- Falou me olhando nos olhos e eu encarei ele feio.

Fui pra moto com meu pai e agarrei nele, a gente passou mais em uns dois morros e foi pra casa, a única coisa que eu fiz foi tomar banho e me desci, pra jantar com a galera.

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