capítulo 78

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Bh 🎭🌊

Tinha um bagulho que eu não podia negar e aliás, nem tinha como pô! Sofia tinha sido alguém que entrou na minha vida com uma intenção boa do caralho, se pá foi alguém que eu sempre precisei, mas bobo demais pra perceber.

Boto muita fé no nosso bagulho, não tô de bobeira. Talvez ela nem chegue a perceber nada disso, porque eu nunca fui e não é fácil eu conseguir olhar pra ela e falar as paradas, por isso sempre fico calado, pago de bobo e ainda deixo ela saindo como emocionada, mas eu sei que ela sabe que ela não tá vivendo um bagulho sozinha.

É claro pô, se eu não botasse fé que o nosso bagulho vai pra frente, eu nem estaria com ela agora, papo dez. Porque pô, já são quase dois meses que o bagulho vem caminhando e não dá pra negar, minha vindo vem tendo uns progressos maneiros pra caralho.

Eu tava na boca na minha hora ali, já eram mais de duas da manhã e ela tinha dormido na ligação. Me abusou pra caralho pra ligar pra mim, disse que tava com um aperto no peito e de fuder cara, nunca dei valor a isso não, pra mim é só papo furado. Mas ela até chegou a mandar uns áudios chorando, claro que eu paguei de marra, mas liguei e fiquei falando com ela, até ela dormir e acabei que nem desliguei, ela tava quieta e eu tava olhando o movimento na laje. Tava tudo suave, até eu escutar alguma parada na ligação e um grito.

Bh: Qual foi? - Peguei meu celular, colocando perto do ouvido, tava no viva voz.

Sofia: Caralho...- Murmurou.- Invasão.

Bh: Coe maluca, achei que era outro bagulho.- Neguei com a cabeça, vendo ela suspirar.

Sofia: Eu não quero ficar sozinha, eu odeio escutar isso, amor.- Falou com a voz de choro, eu já conhecia.

E nem era papo, percebi que a Sofia vem querendo chorar desde que eu brinquei com ela com aquele negócio de traição e pá. Não sei se ela tá assim porque tá na neurose comigo, mas o foda é que namoral, eu não trairia ela.

Bh: Não sai, eu tô ligado que é foda pô, mas não dá pra tu ficar andando no meio da rua.

Sofia: Eu vou falar com meu pai, eu tô com uma sensação muito ruim cara, meu peito tá doendo de verdade Henrique.- Eu respirei fundo, olhando a hora no meu celular.

Bh: Fala aí com ele, se acalma. Tá chorando? - Escutei uma risada baixa.

Sofia: Ainda não.- Fiz careta.- Amor, meu pai tá vindo me buscar, tá? Quando chegar na casa deles eu falo com você.

Bh: Jae.

Ela desligou e eu balancei a cabeça, peguei um cigarro e coloquei no bico, me acalmando enquanto via a paz na comunidade. Questão de minutos ela mandou mensagem dizendo que tava bem com a Júlia e disse que qualquer coisa me falava, nem respondi, Guga chegou na laje e sentou pra conversar comigo, era o único cara que eu tinha consideração, meio errado, mas único verdadeiro

Guga: Caralho menor, o projeto carnaval esse ano da bom? - Eu fiz uma careta rindo ao lembrar.- O pai tá casado né.

Bh: Claro cara, qual foi.- Cocei a cabeça.- O que resta é terminar por uns dias aí, sumir né, quem sabe.

Guga: Que isso, tô dentro...- Neguei rindo.

Bh: Não pô sério, tô com uma nega firmeza demais, projeto desse ano fica pra depois.- Ele balançou a cabeça.

Guga: Mas vai pra rua com os cria não? Geral tá animando esse bloco aí, já é costume todo mundo ir né.- Neguei com a cabeça.

Bh: Sei não, tá ligada que pegar essas paradas com mulher do lado só da em confusão né? Tenho paciência pra nego fura olho não, negócio é meter tiro já.

Guga; Bagulho é sair no sapatinho, ninguém ver, ninguém sabe. Mas pó, namoral, tem mulher que é vidente né? Sente que o cara tá aprontando.

Eu fiquei rindo das paradas dele até meu celular tocar, número da Júlia e eu nem entendi, mas Sofia foi a única coisa que bateu, atendi naquele pique e achei que era alguma parada seria, mas era só a Sofia querendo me avisar que o celular dela tava descarregado e que ela ia dormir por ali e que qualquer coisa era eu mandar mensagem pro Lucas, me deixou mais livre dos bagulhos e aliviado.

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