Capítulo 75

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Max: quando termino de me vestir Sarah me puxa pelo braço e parecia preocupada.
- cadê as crianças?!
- tão com meu avô!
- fazendo o que?! Onde cês tavam?!
- a gente tava tomando banho de mangueira!
- de mangueira?! Como você é irresponsável Max! Agora eles devem estar com frio, mas você não está não é?! Está até trocado!
- eles não estão com frio por que eu lhes dei banho de água morna e troquei suas roupas pro outras quentes e secas...
- e posso saber onde você achou essas tais roupas?!
- claro... na mochila que você deixou no carro...
- você invadiu meu carro?!
- não,  usei a chave!
- como você conseguiu a chave do meu carro?!
- eu peguei da sua bolsa, que você esqueceu na sala.
- você mexeu na minha bolsa?! Que falta de privacidade toda é essa?! Espero que não tenha mechido em nada!
- está me chamando de ladrão?!
- se a carapuça serviu!
Dessa vez me irritei e a segurei pelo pulso enquanto a imprensava na parede mais próxima.
- droga Sarah! Eu faço de tudo pra não me estressar, mas você não facilita! Tá julgando muito só por que nasceu em berço de ouro e eu não, ainda tem o mesmo julgamento de menina rica de 6 anos atrás! Que saber você não passa disso!
Nessa hora a solto e me viro seguindo pro quarto da minha avó que ficava no andar de cima,  mas paro quando escuto um grito infantil.
- mamãe!!!
Corro de volta em direção a sala e vejo dois pequenos ajoelhados no chão enquanto Sarah estava ficando roxa nas pernas da filha.
- o que tá acontecendo?!
- ela tá com falta de ar!
- o que eu faço?!
- pega a bombinha, tá na bolsa dela!
- calma Mamãe!!!
Mas que depressa pego a bombinha e levo até ela. Preocupado e com medo me abaixo a sua altura e coloco sua cabeça em minhas pernas enquanto ela usava o aparelho. Ela ainda estava nervosa, talvez com medo de morrer e perder os filhos já que olhava pros filhos e pra mim ao mesmo tempo.  Então tento a acalmar enquanto acariava seus cabelos, pego em seu queixo e direciono seu olhar pro meu.
- calma Sarah! Olha pra mim, vai ficar tudo bem!
Ela pareceu se acalmar e sua respiração acelerada se tornou pouco a pouco relaxada. Ela tirou o negócio da boca e encarou os filhos com os olhos marejados.
- eu fiquei com tanto medo de perder vocês!
Ela os abraçou enquanto chorava muito. Levanto -me e vou até o quarto de minha avó, talvez eles precisem de um tempo entre mãe e filhos.
- Max!!!
Minha avó chama e volto a escuta-la.
- uhum...
- no que tá pensando parece meio aéreo!
- nada coisas do trabalho!
- sei...
- é sério. ..
- você acha que não conheço meu neto?!
Ela fala de braços cruzados e dou uma pequena risada.
- tem razão, é só que tá meio tarde... acho que já deu minha hora de ir...
Falo me levantando mas antes de chegar a porta ela chama de volta.
- Max, antes de ir diga a Sarah para vir até aqui... quero me despedir dela!
- está bem!
Ok isso foi meio estranho, se despedir de Sarah?! Sigo até a sala e dou o recado.
- Sarah, vovó quer falar com você!
- ok!
Ela passa por mim e me esbarra  fingindo também não me viu. Fico sentado no sofá com as crianças que também ficam curiosas como eu.
- o que a bisavó quer conversar com a mamãe?!
- também não sei... vamos ouvir?!
- Max! É feio ouvir conversa alheia!
Vovô Pop Pop me repreende.
- qualé vovô?! Vai dizer que o senhor também não quer ouvir também?!
- não!
- está bem! Vai só nós então!
Falo enquanto pegava na mão das crianças, assim que subimos o primeiro degrau vovô também se aproxima.
- ué o senhor não disse que era falta de educação ouvir as conversas alheias?!
- mas posso ter uma exceção!
- ok!
Falo dando uma risada fraca e baixa.
Sarah: chego ao quarto e vejo a senhorinha ainda deitada a cama.
- a senhora mandou me chamar?!
- mandei!  Venha até mim!
Ela chama sorridente batendo levemente no colchão. Me aproximo e sento ao seu lado, ela pega em minha sorridente e deposita algo a fechando em seguida.
- o que é isso?!
- é algo pra você se lembrar de mim, e do que conversarmos!
- como assim lembrar da senhora?!
- Eu amei muito meu marido e sou grata a ele por tudo que ele me deu e proporcionou; e quero que você diga isso a ele!
- eu?! Por que a senhora não diz isso pessoalmente?! Não estou entendendo. ..
Ela me interrompi e percebo que seus olhos estão bastante marejados, então ela pega em minha mão novamente.
- eu estou morrendo mas antes de morrer te peço que...cuide do Max por mim!
Ela diz a última frase soltando a minha mão e respira fundo antes de cair morta sobre o travesseiro.
- não. ..
Eu digo lamentosa colocando a cabeça em seu peito, e deixando algumas lágrimas rolarem, alguns soluços se intensificarem no ambiente e logo a porta se abre abruptamente. Tiro a cabeça de seu peito e vejo Max correr até ela, e a abraçar, assim me fazendo levantar.
- vovó!!!
Ele tenta em vão reanimar a senhora.vendo que nao surtia efeito ele diz esesperado.
- o que estão esperando chamem a ambulância!!!
Ele grita desperado então com os olhos cheios de água toco seu ombro e lhe digo chorosa.
- ela se foi...
- não pode ser vovó!!!
Ele grita desesperado e chorando enquanto deitava a cabeça no peito da avó morta. O avô apenas via a cena triste, entendendo que nada podia fazer já que todos estamos fadados a ter o mesmo destino; ele está calado mas sei o quanto dói perder a pessoa amada. Saio do quarto e quando abro a mão vejo um cordão, dou um pequeno sorriso e volto pro quarto.

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