• capítulo 29 •

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Para os que não entenderam os últimos caps, espero que esse possa ajudar vcs (mapa), mas se continuarem na mesma posso explicar. :)

Boa leitura! — e já votaram hoje?

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Meus sonos não costumam ter sonhos, mas, quando acontece, costumo estar consciente deles, mesmo que não possa controla-los, mesmo que pareça presa a eles como em um pesadelo eterno e infernal

Quase sempre são memórias, e quase sempre estou fugindo de um algo que  não sei ou talves delas próprias: memórias; as  que gostaria poder deixar para trás sem  averigua-las uma primeira ou última vez

Estou no escuro, saculejando na carruagem, Herobrine ao meu lado, o único dentro da casa móvel. Ainda não está falando comigo, exeto quando chegou apressado me mandando fazer as malas: Gustaf está me mandando para a alcatéia vizinha, o Alfa Jouger será avisado junto com a minha chegada

O Lobo sabe que foi  longe demais, perdendo o controle no que poderia ser uma catástrofe. Eu o pararia se não fizesse sozinho, ainda sinto uma leve pontada nas costas

Apoio minha cabeça na janela, vendo que já estamos distantes, fora dos limites, o que sempre quis fazer, o que deveria ter feito. Contudo agora tenho um corpo marionete, que age conforme o manipulador em suas cordas. Sou seu fantoche: ele controla o o quê e como devo fazer, conforme suas conveniências

Como agora

Está me distanciando para ajudar a si mesmo, com um método que não acho mau, caso não fosse me trazer de volta quando achar e decidir que sim. O enfureci, não é mesmo?

Herobrine também está olhando a noite escura por sua janela, e a decisão me vem tão natural quanto qualquer boba conclusão. Eu posso cortar as cordas, sempre pude, e as condições nunca foram tão ideais

— Ainda está comigo? — sussurro, ele me fita por alguns segundos antes de me ignorar. Sem me da resposta

O resto são flashs de sangue, o primeiro guarda morto, uma sucessão de corpos com membros postos em formas estranhas, cortes que serão cicatrizes, Herobrine e garras que não superam as minhas, as formas peludas contra minha total  perda de controle, com ações inconscientes que não controlo ou quero controlar, mesmo que não as reconheça

Então não há nada além de eu e outros dois guardas, corpos vermelhos cobertos por uma noite negra de pontos escarlate. O sentinela me olha uma última vez antes de sair correndo, ambos arfantes, sem ter certeza do que e como aconteceu.

Ele some na relva, faço o mesmo em direção contrária, aos tropeços, doendo e ardendo em cada centímetro

Então estou subitamente caindo até parar com um solavanco, a Corrente se apertando em minha garganta como a forquilha, como uma pele que encolhe de dentro pra fora e faz com que eu agarre a garganta entre os dedos, sem encontrar nada além de pele

Tento puxar o ar enquanto minhas pernas chutam o escuro, lutando contra o nada

Precisamos voltar para ele

Estou me debatendo, meus ossos estão gelados e meus olhos não fecham. Preciso acordar, me debato, há algo atrás de mim, algo que me devoraria, onde o Lobo está em todos os ângulos, pondo-se como final do caminho, o destino, erguendo-se em todos os espaços. Para onde quer que olhe, ele está lá

A cura está nele, e como nós dele, ele também precisa de nós

Caio sentido cada osso ser esmagado. Não posso levantar ou  respirar, estirada a um chão de terra lamacenta. Tento despertar a fera, para que me faça forte. Não quero voltar

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