· Capítulo 14 - 2/2 ·

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Não fiquei nem um minuto mais do que o necessário naquela sacada. A tranquei e corri para fora do quarto a toda, com a boca entre-aberta, olhos estreitos de desentendimento.

- Onde você vai?

Me virei. Herobrine estava encostado na parede ao lado da porta, quase escorregando ao chão, comendo uma maçã.

- Por que você está aí?

- Sou seu mais novo protetor. Ainda não percebeu? Agora você tem um guarda exclusivo.

Fincou os olhos cinzas em sua maçã, dando uma mordida que levou metade da fruta.

- Você não parece muito satisfeito com isso.

Ele deu de ombros, mastigando, sem me olhar. Enquanto isso Gustaf devia estar em algum lugar do castelo, agora mesmo, com seus segredinhos sujos, enquanto eu precisaria pedir permissão para sair do quarto.

Passei pela frente do sentinela e corri escada abaixo. O andar principal levava a cozinha, e a cozinha guardava uma saída direta para o jardim

- Eu tenho que te levar para a sala de jantar.

O sentinela estava logo atrás de mim, com a voz embolada. Continuei descendo a escada, cruzei o longo corredor cheio de quartos e passagens e desci correndo por um novo lance de degraus.

- Você deve esta mesmo com fome.

- Eu ainda não me esqueci do você disse hoje mais cedo, Herobrine. Cale a boca e não converse comigo.

Descemos até o andar principal em silêncio. Assim que chegamos, olhei para os lados, procurando o caminho da cozinha. Eu não lembrava.

- Qual o caminho mais rápido até o jardim?

- Você não quer falar comigo. - zombou.

Cruzei os braços. Gustaf estava saindo pela esquerda, e alguns metros para o lado direito dava para se ver as grandes portas da cozinha. A esquerda parecia familiar, também.

- Você não pode ir pela cozinha. Os caras do Gustaf vão te interceptar.

- Caras do Gustaf? - continuei andando. Estava no caminho certo.

- Seus Cachorrinhos Oficiais chegaram hoje de manhã. Não gostei muito deles, pessoalmente. Fui obrigado a 150 abdominais consecutivas, de aquecimento. Tem ideia disso?!

- Isso quer dizer que ele estar mesclando os próprios lobos da antiga matilha com a nossa? Lamento pelas abdominais. - Girei os olhos; Herobrine atrás de mim.

- É o que parece. Ele trata os guardas originais como patetas que devem andar por aí e impedir que alguma besteira aconteça. Não acha injusto como ele só deposita confiança nos seus? - Herobrine correu para caminhar ao meu lado, gesticulando excessiva-mente com as mãos. Eu ainda estava com muita raiva, no entanto ele era mais útil falando do que ao contrário.

- Talvez ele ainda não tenha realmente confiança em vocês. Dê um tempo a ele.

- Ei, pare de andar. Estamos chegando perto e estou satisfeito de broncas por hoje...- agarrou meu braço, me obrigando a parar - Um minuto. Esta defendendo ele?

Soltei meus braços com agressividade.

- Claro que não! Estou tentando ver os dois lados, apenas. - seus olhos se estreitaram entre as luzes precárias da velas. - Tem uma idéia melhor do que a cozinha para chegar até lá?

Pressionei as palmas contra os dedos até sentir o crick do estalo. O sentinela levou uma bronca?

- Eu não sei o que quer indo lá à essa hora, mas é melhor que não tenham consequências para cima de mim.

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