• Capítulo 41 •

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Não consigo abrir muito os olhos, mas entendo que estou deitada e reconheço a cômoda onde vi o Lobo ajeitar as mangas da blusa

Meu corpo dói e quando tento respirar tenho que me esforçar para não tossir. Tento me levantar na cama, mas não consigo por muito tempo, apenas o bastante para ver Gustaf na porta aberta, conversando com uma mulher

Loura

Eu não entendo o que dizem, mal sinto o cheiro dele, o que só pode indicar que ainda estou drogada pela poção de Charles

Me viro para vê-los melhor, quase arfante. É com surpresa que reconheço Jasper, séria e com a mão fixamente apoiada no braço de Gustaf enquanto fala

No exato momento ela olha para mim e diz alguma coisa que faz Gustaf se virar em minha direção, logo andando até mim

Eu apago antes que ele chegue a cama, tonta mesmo deitada, e só posso pensar que realmente espero que ainda não seja noite.

Tem um quê de humilhante decadência em ficar inconsciente duas vezes no mesmo dia

Abro os olhos novamente. Está de manhã, as luzes do sol passam pela janela aberta, Gustaf está sentado ao meu lado, me observando, o que faz com que eu levante rapidamente

Me sinto melhor, e ele me empurra um copo cheio de liquido antes que eu se quer fale

— Não está se curando sozinha — ele diz, ríspido — não sei que tipo de porcaria andou tomando, mas está tão frágil quanto qualquer mortal

Olho dentro do copo, um líquido transparente de tonalidade verde

— Beba. Vai acordar muito melhor

E por que não? Não faz mais diferença, mesmo eu me sentindo tanto quanto infantil

Eu bebo, fico com sono outra vez, fecho os meus olhos e não lembro de voltar a abri-los

***

O quarto está vazio e eu o reconheço claramente: estou na casa de Gustaf

Me levanto e não sinto muito mais do que uma tontura. As janelas estão abertas e é uma tarde bonita, onde o som do vento batendo nas folhas é constante

Olho para baixo, para as calças de tecido mole ironicamente vestidas em mim. Uma afronta silenciosa

As últimas lembranças vem rápido, e preciso me sentar novamente para digeri-las. Para ter certeza de que são reais

E são

Estão tão vividas em minhas memória que não podem ser mentiras, assim como as palavras de Gabriel, repetindo sem parar em minha mente

Eu as forço, quero pensar nelas e grava-las, traduzi-las. Não posso esquecer

Preciso pensar em cada parte delas

Os alfa sabem do próprio dever

Dever?

Ponho minha mente para funcionar, tão rápido que dói

Se lhe perguntei sobre as mortes e Ryan é o culpado, e Ryan é um Alfa, e Ryan não é tão poderoso que alcance todos os territórios de uma vez, então... Respiro mais fundo, tentando vencer a parede que parece fechar minha garganta, avl vontade de tossir

Me sinto ansiosa, exasperada

Preciso ser fria com meus pensamentos, assim como imparcial com os prováveis fatos

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