• Capítulo 39 •

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Gustaf está ajeitando as rédeas de um cavalo na frente de sua casa. Fiquei esperando na sala enquanto ele o ajeitava, mas imaginei que seria algo mais como uma carruagem

Amarro meus cabelos para que a brisa pare de bate-los em meu rosto e com os braços cruzados caminho em sua direção, me perguntando novamente se é inteligente levá-lo onde pretendendo

De qualquer forma, não há outra opção mais rápida: necessito daquelas seringas. E tudo indica que tenho apenas uma semana para descobrir de onde elas vieram

— Onde está o meu? — pergunto quando estou próxima, indicando o animal de quatro patas

Gustaf olha para mim de forma tão intensa que me sinto quase vulnerável, como se ele pudesse me atacar, mesmo que não pareça agressivo

Ele sorri, aquela sombra, como se de uma piada só dele

— Tenho apenas um, e com sorte. Não costumo montar

— Vou na frente

Ele franze as sombrancelhas, apertando a cela tão forte que tenho pena do cavalo

— Você não sabe montar

— Sei, sim

Mentira

— É mesmo? — ele volta a me encarar, seus cabelos voando por todo o lado em seu rosto. Definitivamente emagreceu, seus traços parecem mais acentuados — Então me mostre

— Será uma pouco difícil com este vestido horrível

— Da próxima vez lhe vestirei com uma  calça. Penso que prefere assim

Encaixo meu pé no espaço de metal e lanço meu corpo para cima. Nunca montei em um cavalo na vida, mas já vi cavaleros inúmeras vezes, então não deve ser difícil. Ademais, estou tão determinada em provar que posso fazer isso que é muito improvável que algo de errado

— Penso preferir que não haja  próxima vez

Gustaf sobe atrás de mim, fazendo com que o cavalo se afaste abruptamente para trás, relinchando. Puxo as rédeas e ele sobe rapidamente com as pastas frontais

O Lobo encaixa seu rosto em meu ombro, sussurrando em meu ouvido

— Ainda podemos trocar, Jeneci. Eu ficaria feliz em levá-la para onde quer que seja

Me contraio para que ele saia, com sucesso; faço o cavalo trocar de lado como vi fazerem

Olho para a casa onde estive, grande e pintada de um marrom informal. Como suspeitei, tudo aqui fora são árvores

— Em que direção?

Ele aponta para mim

Bato com as rédeas e o cavalo sai a toda, mais rápido do que imaginava, fazendo meu cabelo soltar e o vestido bater em todas as direções. Escuto Gustaf rir atrás de mim, alto, e também não posso evitar um sorriso

***

Meu coração parece apertado quando chego a casa. Minha? Eu a vejo assim. Como nunca vi o Castelo ou onde vivi a maior parte dos meus anos. Minha

E estou o trazendo  aqui, o lugar que não poderia encontrar jamais. Pena as circunstâncias me privarem desse tipo de afeto

Ele desce primeiro, ileso. Me sai muito bem para uma primeira calvagada

Desço também e junto as rédeas, me aproximando das cerca para amarra-las. Gustaf se aproxima e diz que fará isso por mim. Estreito os olhos, mas não questiono. Serei rápida e não quero que ele entre

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