Capítulo 15: P/2

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E se nós reescrevermos as estrelas?

Diga que você foi feita pra ser minha

Nada poderia nos separar

Você deveria ser a única que eu deveria encontrar

É você quem decide, e sou eu quem decido

Ninguém pode dizer o que podemos ser

Então, por que não reescrevermos as estrelas?

Talvez o mundo possa ser nosso hoje à noite

Rewrite The Stars - James Arthur ( part. Anne-marie)

Se possível leia o capítulo ouvindo a mídia acima.👆

Dehayne

- Eu não vou voltar pra casa daquele insuportável. Então, não tente me fazer mudar de ideia.

- É tão ruim assim a convivência com os Rivera? - Briseis indaga, descrente.

- Os pais do ser o qual prefiro não citar o nome são suportáveis, mas o filho deles é uma cruz que eu não vou fazer questão de carregar.

- A sua tia está doente. Deveria ao menos pensar nela. Ao menos por enquanto. E se quiser morar na minha casa até terminar o ensino médio, posso falar com os meus pais. Ter uma irmãzinha pra cuidar é um sonho que tenho desde criança, mas meus pais não quiseram realizar meu desejo.

- Não precisa. Mas fico feliz em saber que ainda posso contar com você.

- Você não vem pra sala?

- Vá na frente. Eu te acompanho.

- Tudo bem. Não demore, okay.

                              ***

Entro na minha sala quase meia hora depois de chegar e bem no meio do horário de um dos professores mais exigentes da escola. O de biologia e quimica

- Pensei que havia ido embora. - Briseis sussurra. - Sr. Hélio está mais amargo do que nunca e a atividade dele é avaliativa. Sugiro que comece logo a avaliação.

- Eu não vou fazer. Quero dormir um pouco. Quem sabe o meu humor melhora.

- Se quiser posso emprestar meu caderno - insiste. - Os testes serão recolhidos logo logo. Me deixa te ajudar, sua teimosa.

- Obrigada, mas não precisa. - Deito minha cabeça sobre a mochila, ignorando os inúmeros protestos e argumentações feitas pela Briseis.

- Srta. Lacerda, onde está seu teste? - indaga o teacher de biologia com a voz lenta e ameaçadora. Senhor Hélio tem olhos escuros e cabelos claros, uma média de 1,80m de altura e o rosto extremamente intimidador. A voz grave e a postura séria intimida a escola inteira, até mesmo os demais professores e  diretores. O fato de ele ser um militar aposentado influencia muito no seu humor instável. Ele nunca sorrir. E sempre está certo.

- Eu não fiz - respondo friamente e toda a classe têm os olhos voltados para mim. - Perderam alguma coisa aqui atrás? Imagino que não.

O temível, de olhar austero, está ao meu lado, me observando. Seu olhar se mantém fixo na minha mão esquerda. O objeto dourado que adorna o meu dedo anelar já recebeu mais atenção, em dois dias, do que eu recebi ao longo de toda uma vida. Esta estatística é preocupante. No mínimo, frustrante.

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