O relógio no centro da parede da sala marca quase 03:00h da manhã e ainda não consegui dormir. Os acontecimentos dos dias anteriores ainda me torturam e tiram-me o sono.
Pego o controle remoto e ligo a TV. Talvez o barulho me faça sentir sono. Mas de nada adianta. Às 05:30h da manhã desisto de tentar pegar no sono, levanto do sofá e subo para o meu quarto. Abro a porta devagar e entro pé ante pé, temendo acordar minha nem tão desejada hóspede.
Separo algumas roupas e acessórios dos quais preciso para trabalhar. Porém, antes de sair, não resisto em dar uma rápida olhadela na direção da cama e para minha surpresa ela está vazia.
Logo que me aproximo da varanda percebo que a porta-janela está aberta. Dehayne repousa no chão áspero. Ela parece ser tão graciosa enquanto dorme que por um breve instante sinto vontade de tomá-la em meus braços e colocá-la na cama. A manhã está mais fria do que de costume. Então cubro-a com um edredom de espessura bem grossa e saio do quarto.
Dehayne- A minha nora já acordou, Darcy. - questiona uma loira granfina, de olhar hostil. Bem, a vi algumas vezes na casa onde eu morava e imagino que esta seja a mãe do Christian.
- Está no quarto, dona Eloíse - a mulher responde enquanto lustra alguns móveis. Esta parece ser bem mais gentil e mais jovem. Seus cabelos também são loiros, só que cacheados e de um tom mais escuro.
- Dê toda atenção possível a ela e ajude-a no que for preciso. Estou de saída, mas não demoro. - Pega a bolsa e caminha na direção da porta.
- Tenho somente uma dúvida. O Cris vai dormir no mesmo quarto que a esposa ou devo preparar outro aposento para ele?
- Ora, eu não sei, por que a pergunta? - Ela se volta para Darcy, confusa.
- Porque eles não dormiram juntos ontem. Na verdade, acho que ninguém dormiu naquela cama.
- Deixa ele chegar em casa, então você pergunta. Mas imagino que a minha nora vai precisar de um quarto só pra ela. Pelo o que o Abelardo me disse, o filho dele não vai constituir família tão cedo e se um dia o fizer não será com essa moça. - O comentário de Eloíse me faz desejar, mesmo que por um instante, ter o dom de ler mentes só pra saber o que ela está pensando. Admito que nunca desejei tanto ser uma telepata na vida.
Darcy arregala os olhos. Deve estar tão espantada quanto eu diante do que acabamos de ouvir.
- O que o seu Abelardo disse?
- Não seja curiosa, Darcy. - Eloíse parece se lembrar de algo cômico porque ela sorrir descaradamente. - Bem, faça o que eu lhe pedi e caso meu filho chegue em casa antes de mim, fale o que tiver que falar com ele.
- Espere! - grito do alto da escada. - Eu preciso sair. Pode me dar uma carona? - Prendo o meu cabelo em um coque desajeitado.
- Onde deseja ir? - Eloíse esboça um sorriso superficial e como preciso da carona sou obrigada a ser gentil com ela.
- Preciso falar com o Christian. E tem que ser pessoalmente - explico com cautela, para que meu tom de voz saia o mais aveludado possível.
- Bem, acho que posso te levar até ele.
Isa. Facinelly
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APENAS UMA RAZÃO PARA AMAR VOCÊ
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