Capitulo 14

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Cristian

Após o almoço, tomo coragem e subo para o meu quarto para organizar a bagunça. Começo a mudança pela remoção da bagagem de Dehayne para o quarto ao lado. Darcy me dá uma ajuda, já que ela entende mais do gosto feminino.

- Tem certeza que ela não vai ficar chateada?

- Darcy, você fez um ótimo trabalho. E pode deixar que com a Dehayne eu me entendo. Se precisar, estarei no meu escritório.

- Vai trabalhar home office?

- Sim.

- Muito bem. Eu vou lá pra baixo. Deixo a janela aberta pra ventilar um pouco?

- Pode ser. Depois você fecha.

- Certo. Tomara que eu não esqueça.  Essa floresta aí embaixo deve esconder cada coisa.

- Vou conversar com o jardineiro.

- Faça isso, Cris. Agora se me der licença preciso ir comprar algo para o jantar.

- Obrigada pela ajuda, Darcy. - Ela afaga os meus cabelos antes de sair.

***

- Como foi seu dia? - Meu pai pergunta com um ar de curiosidade.

- Normal. E o seu?

- Normal? É só isso que tem pra dizer ao seu pai? - Eloíse toma a palavra.

- O que deseja que eu diga? Foi um dia comum como qualquer outro.

- E quanto a sua esposa, ela não vem jantar conosco? - É a vez de Eloíse me interrogar.

- Eu não sei. Mas mudando o assunto, o Noah está bem, pai?

- Falei com ele hoje. O quadro clínico  de saúde dele evoluiu bastante. O Noah só fala em você. - Um sorriso brota nos lábios de meu pai.

- Vou visitar ele em breve. - Mantenho um leve sorriso no rosto.

- E pretende levar a Dehayne com você? A propósito, o que ela queria esta manhã? - Eloíse insiste.

- Se eu disser que não, vai parar de me questionar a respeito desse assunto? - Minha voz não soa tão  educada. - Todos aqui sabem o real motivo pelo qual me casei. Estou me esforçando ao máximo pra conseguir tolerar a Dehayne. Não esperem mais de minha parte. - Ponho o garfo sobre o prato e saio da mesa.

- Cristian, ao menos termine o seu jantar - Meu pai pede.

- Perdi o apetite, pai.

                                ***

Eu não poderia mudar de ideia no que diz respeito ao contrato com D.L porque a minha família teria muito a perder, a começar pelo Noah. Jamais seria capaz de fazer algo que pudesse  magoá-lo.

- Não está pensando em voltar atrás, está? - Meu pai aparece de surpresa.

- Não, pai. Mesmo que eu quisesse não poderia. Sei o quanto tenho a perder. 

-  Sejamos otimistas. Sabe o quanto detesto te ver triste. - Põe a mão sobre o meu ombro.

- Vou tentar ser. Prometo. - Esboço meio-sorriso.

- Filho, por favor, não se esqueça do que prometeu ao pai da mocinha com que se casou.

- Vou tentar entrar em consenso com a Srta. encrenca. Boa noite, pai.

- Boa noite.

Enquanto o sono não vem, analiso algumas páginas da constituição federal do país onde moro. Folheio uma, duas, três páginas...

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